FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 944 comentada

CAPÍTULO 26

0944/LE

DISPOR DA VIDA

 

O homem não tem o direito de dispor da sua vida física. Ele tenta destruí-la, no entanto, não consegue e ilude a si mesmo, pensando, por momentos de inquietação, em entrar na paz que supõe encontrar. Ninguém destrói o que o Criador planejou e fez. O melhor para todas as criaturas é procurar obedecer aos ditames da lei que nos rege a todos.

Deves sair da ociosidade e ajudar aos outros. Ela inspira aos seus servos esse desastre de mudança forçada que é o suicídio, fazendo-os chegar à espiritualidade por portas inconvenientes, tendo de retornar à carne em duras provas, capazes de conduzir a alma a situações dolorosas. Quantas dessas não estão no mundo passando por experiências terríveis, por causa de simples pensamentos do passado, que foram se avolumando, chegando ao ato do suicídio?

Pensar é acumular idéias, e idéias acumuladas são como uma fala constante aos ouvidos, na acústica mental. Aos homens e mulheres que já cometeram essa loucura, não temos nada a falar. Serão as próprias provas que irão lhes dizer, mas, às criaturas que não chegaram a essa distorção dos poderes da alma, dizemos que devem meditar em Deus, procurarem amar ao Senhor, vendo no próximo a sua própria continuação, e mudarem de vida, procurando um trabalho honesto, que esse labor poderá lhes inspirar a alegria de viver.

Sabemos que o louco que se mata não sabe o que faz; a vida ou despertamento espiritual tem dessas coisas que só o futuro poderá explicar melhor, pelo preparo que cada um haverá de ter, dos próprios sentimentos espirituais.

A culpa no suicídio é de conformidade com os sentimentos e evolução das pessoas. Não existe suicídio que se iguale aos outros; cada um tem a sua resposta da natureza, para o aprendizado do infrator. Não podes dizer: "A vida é minha, faço o que desejar com ela". A vida, como todas as coisas, pertence ao Criador. Ele pode fazer o que desejar dos Seus filhos; para Ele não existe infração às leis, pois Ele é o Criador de todas elas. Ele é o Legislador Divino.

Aos companheiros que já pensaram em suicidar e aos que ainda pensam, aconselhamos que procurem ocupação nobre. Se não precisam trabalhar para viver, procurem fazer o bem aos que sofrem, que essa caridade os salvará de todas essas insinuações malfeitoras. Não sejamos insistentes no mal; procuremos sempre o bem, que esse bem vem ao nosso encontro.

A índole de matar se encontra dominando os pensamentos humanos. As próprias divisões das nações e de terras parecem um estímulo, principalmente quando invadidas, para as matanças. A violência gera violência, e os resultados são nefastos, com conseqüências geradoras de dores maiores. Quantos se encontram em todos os países, sofrendo os efeitos de ações passadas em guerras fratricidas? São incontáveis. Jesus veio à Terra para por um ponto final nessas agressões, mas, por enquanto, os nossos irmãos não entenderam a mensagem do Mestre de paz a todas as criaturas. É preciso que Ele volte? Verdadeiramente dizemos que Ele já voltou, e a mesma humanidade não O reconheceu, como muitos que ainda O esperam.

Devemos procurar o reino de Deus e a Sua justiça, que o mais virá a nós pelas vias da misericórdia. Tirar a vida é ilusão, e aceitá-la Como Deus a fez é realidade que nos traz a paz ao coração e a tranqüilidade à consciência.

Então lhe perguntou Pilatos:

Não ouves quantas acusações te fazem? (Mateus, 27:13)

Mesmo que ouças tantas acusações quantas queiram te fazer, não mudes a tua idéia do bem e de viver, pois, foi esse o exemplo que Jesus deu à humanidade, o de cumprir Seu dever no mandato que o Pai Lhe entregou, para ser o Guia da humanidade na Terra e no céu da própria Terra.

 

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