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SALVAR A OUTREM
É meritório sacrificar a vida em favor de outrem, quando a intenção
realmente é essa, todavia perder-se uma vida para salvar outra, não
apresenta vantagem, em se falando de soma do bem. Ainda que a intenção
seja valiosa, esta forma de socorro pode ser considerada suicídio, de
certa forma mais brando, pois é contrário à lei de amor.
Compete analisar bastante esse ato e compreender que existem muitos meios
de ajudar, sem se destruir. A mãe que se priva da alimentação, para saciar
a fome do filho, a que fica sem agasalho, para cobrir a criança, a outra
que protege seu filho das agressões voluntárias, fazem um ato de amor, e
aí não se caracteriza o suicídio lento.
Tudo depende dos sentimentos das criaturas; todos os seus atos são
julgados pelas intenções que os sustentam. Existem muitos meios de se
sacrificar os desejos, geralmente inúteis, em favor da própria família, o
que realmente deve ser feito. Assim, deixar de fumar para comprar o leite,
de beber para comprar o pão, e das extravagâncias em geral para garantia
do teto, são sacrifícios louváveis, que não trazem o bem somente para os
que são beneficiados, mas também para si mesmo, em se livrando dos vícios.
Igualmente, o sacrifício das paixões, estes devem ser feitos para a glória
da própria vida.
No fundo mesmo, ninguém salva ninguém; a cada um são dados os meios de se
salvarem, rumando para a vida maior. A tua posição, estimado companheiro,
depende de ti mesmo. Todos andamos em conjunto, contudo, cada alma tem seu
trabalho na realização do auto-aperfeiçoamento espiritual. Sacrifício não
subentende suicídio e se torna sublimação do Espírito. A vida na carne
está cheia de tentações de todos os tipos; basta analisarmos, que logo
reconheceremos essas tentações, porém, cabe a nós outros, quando nela, nos
policiarmos nas boas intenções, no trabalho na caridade e no serviço
diário, que as mãos de Jesus aparecerão em nosso favor, a nos defender das
investidas das trevas.
E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com Ele. (Mateus,
17:3)
Assim acontecerá com os de boa vontade, que se dispuserem a trabalhar para
a coletividade: sempre virão os Espíritos amigos para a defesa do bem
comum, não tenhamos dúvidas. No entanto, se se apoderarem dos seus
pensamentos idéias de suicídio, de violência contra a própria vida,
aproximar-se-ão da alma Espíritos da mesma intenção e somando todas as
vibrações, completa-se o ato, e vida física, como aconteceu com muitos, se
desfaz por sintonia das almas em desequilíbrio.
A culpa sempre é de muitos, porém, é maior daquele que se encontra movendo
nos fluidos da carne. Se até hoje o suicídio não deu bons resultados, é
inteligente deduzir que não se deve seguir por esse caminho. Quantos
livros mediúnicos, de autores diversos, vêm contando os dramas dos
personagens depois do túmulo, após terem interrompido a vida física, com
conseqüências dolorosas!? Será que não basta? Procura um caminho melhor, o
caminho da vida, e lembra-te bem que Jesus disse: "Eu Sou a vida". Não é
preciso mais explicações sobre por onde se deve passar.
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