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VÍTIMAS DE PAIXÕES
O ser humano, vítima de paixões que ele mesmo desenvolve na sua vida,
pratica um suicídio, à procura da sua própria satisfação material que, no
entanto, são ilusões passageiras que não o levam a nada de concreto para a
sua paz espiritual. Esse é, pois, um suicídio moral, capaz de embotar a
alma para o conhecimento da verdade, e traz consigo conseqüências
desastrosas no campo da mente, que irão refletir-se no soma.
O homem é duplamente culpado pela falta de resistência na escolha das
decisões e pela falta de fé no Criador, todavia, Deus, o Todo-Amoroso e
Santo, usa todas as oportunidades como lições em que o Espírito poderá
entender seus desvios, palmilhando depois por caminhos mais acertados,
onde o bem e o amor consubstanciam-se em caridade que lhe podem salvar.
O suicídio moral, que tem suas raízes nas paixões interiores, é bem pior
que o violento, no qual a vítima quase não pensa e é quase um ato de
loucura. Não obstante, suicídio é sempre suicídio, embora cada qual tenha
o seu peso de responsabilidade. Convém notar que a alma despertada deve
compreender o valor da oração e da vigilância, para não cair nessas
tentações.
O suicida moral tem tempo de refletir sobre seu ato, é por isso que ele é
mais culpado pelo que faz da sua vida física. A Doutrina dos Espíritos é
um amparo para toda a humanidade, por trazer ao homem com tendência
suicida, por intermédio da mediunidade, as experiências dolorosas dos
desertores da vida, servindo-lhe de sinal vermelho, ponto de meditação.
Quantos e quantos deixaram de praticar o suicídio, lendo essas mensagens!
Ajudemos a quem tem idéias de cortar o fio da vida na carne pensando fugir
ao sofrimento. Isso constitui ilusão; os sofrimentos duplicam, porque a
consciência é um tribunal implacável, a cobrar do suicida a todos os
momentos, sem piedade. Porém, Deus é tão bom que favorece a eles a
oportunidade de novas reencarnações para se refazerem e se limparem dos
fluidos drásticos das revoltas no campo dos sentimentos.
A culpa dos suicidas é proporcional aos sentimentos que os acompanham
neste gesto nefando. Por vezes, alguém se suicida pensando que a sua
atitude ficará em segredo. Como se engana! Nada há secreto que não venha a
ser conhecido. Deus tem condições de registrar tudo no livro da vida, para
depois nos mostrar, de modo que sirva de lições para o nosso adiantamento
espiritual.
Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não
venha a ser conhecido e revelado. (Lucas, 8:17)
Como esconder, se Deus está em toda parte, com todos os meios que
desconhecemos, para registrar os nossos feitos? Somente iludimos a nós
mesmos. Somos vítimas das nossas paixões em todas as circunstâncias em que
as praticamos. Somente a verdade ficará de pé; as mentiras são ilusões,
para nos dizer que existe a verdade.
Toda culpa, devemos repetir, é proporcional à falta, assim na Terra, assim
no mundo dos Espíritos. Nós outros, aqui no mundo espiritual, estamos
igualmente trabalhando para o aperfeiçoamento e a cada passo aprendemos
algo que nos mostra a distância que estamos da perfeição. Pensamento reto
e vida reta, somente o tempo e os nossos esforços podem nos conferir.
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