FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 960 comentada

CAPÍTULO 42

0960/LE

PENAS E RECOMPENSAS

 

A noção das penas e recompensas vêm da mesma fonte, com o Espírito sempre se recordando do que ouviu no mundo espiritual. A consciência é um livro aberto e escrito por Deus. E se é escrita divina, é mais perfeita que todas as escritas humanas. Ela é vida e tem o poder de orientar a mente.

A voz interior parte da consciência, de maneira que o homem ouça por muitos meios possíveis e passe a aplicar os conselhos. Quando os esquece, ela torna a dizer, até que o ser encarnado comece a viver, compreender e respeitar as leis espirituais. Tudo da lei se encontra gravado na consciência.

Como descrever para os homens o que é consciência? A linguagem terrena não dá condições para tal. Por ser engenhosa sua operação divina, ela dispõe vivamente de que o homem, e mesmo o Espírito, deve fazer. No entanto, ele é sempre teimoso, e fazendo o contrário responde pelas conseqüências. Essa é a lei de justiça.

Se o ser humano tem vaga idéia das penas que haverá de sofrer em fazendo o mal, igualmente tem a mesma idéia das recompensas em fazendo o bem, e é nessa luta que ele acorda, com o perpassar dos tempos, para o amor e a caridade. A alma não presta bastante atenção às advertências; é por isso que ela sofre, no entanto, esse é o aprendizado de quem não tem ouvidos para ouvir, pela ignorância, situação essa, pela qual todos passam. Somente o tempo pode prepará-los para o advento da luz.

A dor é uma mestra que age na profundidade do ser. Sem ela, não alcançaremos a tranqüilidade espiritual; sem ela não acordamos, sem ela não conhecemos o amor. As sementes que caem em boa Terra são semeadas pelos Espíritos já maduros, que já despertaram para a vida sublimada, pelo processo de passarem por todas as agressões do mundo. A lei confere todas as almas de vez em quando, como testemunhos para ingressarem, quando preparadas, em planos mais elevados.

Outras, enfim, caíram em boa Terra, e deram frutos que vingaram e cresceram, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um. (Marcos, 4:8)

Espíritas, procurai plantar boa semente nas mentes humanas e em Terra boa, para que elas cresçam e prosperem muito, que a colheita em vosso coração será com abundância. Trabalhando no bem comum, não precisareis pensar em penas, somente em recompensa; e recebereis a paz que ofertastes aos outros nos caminhos percorridos. Se a vossa consciência continua vos cobrando, deveis escutar, trabalhar e servir com paciência, que ela sabe o que faz, pois, é a voz de Deus na vossa intimidade, e somente vos deseja o bem e a tranqüilidade de coração. Prestai bem atenção quando a voz interior vos falar.

Não podemos dizer que não conhecemos as leis, porque, antes de tomar o primeiro corpo físico na Terra, somos instruídos teoricamente no mundo espiritual pelos agentes de Deus, que sabem das nossas necessidades. Todos temos pressentimento das verdades; se a elas damos atenção, os caminhos melhoram; se não, sofremos a lei de justiça que nos cobra, e a cobrança nos serve de lição para o futuro.

 

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