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A NATUREZA DE DEUS
A natureza íntima de Deus escapa aos sentidos humanos, em toda a sua
trajetória evolutiva. Somente Deus se conhece. É o que não acontece
conosco; nós não nos conhecemos. Os mistérios a desvendar são infinitos,
em relação à Divindade. Na profundidade, ainda desconhecemos a própria
matéria que nos serve de veículo e, portanto, estamos longe de conhecer o
seu criador. Parar de estudar a Sua personalidade majestosa é desconhecer
o valor do progresso, que sempre nos convida para avançar; porém, dar
saltos incompatíveis com as nossas forças é quebrar a tónica da nossa
capacidade.
A ansiedade de conhecimento pode nos levar aos extremos, no entanto, o bom
senso nos chama a atenção para a harmonia que deverá nos guiar em todas as
seqüências evolutivas. Basta, por enquanto, saber que Ele existe e
aprender algo mais sobre Seus atributos, que o tempo, impulsionado pela
nossa vontade, dar-nos-á ambiente favorável de sentirmos a Divindade em
nós, o que já representa um grande avanço na esteira dos evos.
Se os homens ainda não se libertaram de muitos hábitos extravagantes e
vícios perniciosos, como querer conhecer a natureza íntima de Deus? Cada
vício é uma porta fechada em direção às belezas imortais da alma. Cada
hábito inconveniente é uma tranca ajustada à porta, impedindo a inspiração
superior de chegar ao coração humano.
Estamos muito apegados às coisas de criança, pela força do nosso tamanho
evolutivo. A mente cresce no ritmo que as leis determinarem, sem com isso
perturbar o andamento da ponderação. Não devemos entregar os nossos
deveres a Deus. Ele está sempre presente pelos meios que acha conveniente;
entretanto, a nossa parte temos de fazê-la, e, ainda mais, aprender a
fazê-la bem. Enquanto permanecermos na ignorância, sofreremos as suas
conseqüências. A justiça vibra em toda a criação como agente de Deus,
acompanhada pela misericórdia do Seu amoroso coração, que bate dentro do
infinito, no ritmo da Luz.
Quando nos faltam sentidos para conhecer alguma coisa a mais dos nossos
conhecimentos, o que fazer? Toma-se necessário estudar na área em que nos
compete agir, procurar aprimorar os conhecimentos já adquiridos,
fortificar em nossas vidas todas as qualidades nobres que começaram a se
despertar em nossos corações. O trabalho é imenso, a lavoura é grande, sem
que saiamos do nosso próprio convívio íntimo. Esquecer esse labor, é
perder os princípios da verdadeira sabedoria. Vamos ainda gastar milhões
de anos para conhecermos o começo das lições eternas. Como avançar agora
para áreas cujos registros os nossos sentidos não suportam?
Se a luz do Sol físico, para chegar à Terra, passa por muitas filtragens e
se divide em raios incontáveis para nos beneficiar todos, o que dizer da
luz do Sol espiritual? A razão nos diz que ela tem infinitas modificações
para ajudar, servindo de estímulo a todas as vidas. Toda verdade é
relativa ao ambiente a que deve chegar. Quem desconhece as leis naturais
que vigoram no mínimo movimento dos átomos nos mundos que bailam nos
espaços, não poderá conhecer essas mesmas leis que regulam a harmonia do
seu próprio corpo, ou dos corpos que servem ao Espírito, para se expressar
onde se encontra. Procuremos, pela meditação, entender quem nos governa e
sejamos obedientes a essa força universal, que tudo se tornará sereno em
nosso íntimo e ao nosso derredor.
Se queremos principiar o estudo da natureza íntima de Deus, é necessário
termos a pureza de coração, que indica as primeiras letras dessa sabedoria
do conhecimento de si mesmo. Os caminhos são infinitos, como infinitos são
os nossos destinos ante o Todo Poderoso, que nos fez por Amor.
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