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O VÉU SE LEVANTA
O véu se levanta à medida em que o homem cresce espiritualmente. A
natureza tem seus segredos em toda a conjuntura da sua ação benfeitora e
eles não foram feitos para ficarem eternamente escondidos das criaturas;
revelar-se-ão no momento certo, em que o Espírito puder alcançar e
suportar a luz da revelação.
Os caminhos da vida são eternos aprendizados; cada passo que damos
corresponde a uma lição. Nada se perde, mesmo o tempo que chamamos de
perdido. Atrás de todo acontecimento existem leis revelando sabedoria, de
que o Espírito se certificará por processos de osmose espiritual, que por
vezes escapam ao nosso entendimento. Os véus se levantam em todas as
direções do saber, pelos esforços de cada um, entretanto, ele também é
obediente à força do próprio progresso.
A nossa participação acelera a evolução, para que o despertamento surja
com mais eficiência e fique em tudo, em relação ao nosso bem-estar, a
nossa marca, como sendo a nossa conquista. Isso é muito interessante na
pauta das nossas obrigações e compromissos. Não podemos nos esquecer
daquilo que nos toca como co-criadores dos nossos destinos, na influência
de Deus pelas mãos do Cristo. À medida em que os véus vão se abrindo aos
nossos olhos espirituais, se formará um campo de conhecimento apropriado
na consciência e o coração passará a trabalhar em plena concordância com a
inteligência. Os dois, juntos, determinam o uso de todos os poderes
adquiridos, na formação da própria personalidade.
Ninguém pode crescer sem subir, nem subir sem esforço e sacrifício
juntamente com a dor, pelo menos na área evolutiva a que pertencemos, no
ambiente da Terra, e no grau que nos encontramos na escala dos valores
espirituais. As experiências nos condicionam conhecimentos indispensáveis
a nossa libertação. Isso também são leis que nos regulam o crescimento
espiritual e moral. Mesmo que queiramos ficar para trás e não aprender,
não conseguimos. E a mesma coisa que alguém, que nunca tivesse visto o
Sol, desacreditasse, por isso, da sua eficácia. Ele, o Sol, sempre iria
existir e, ainda mais, continuaria ajudando, mesmo os que o negassem.
Existem dois tipos de evolução: aquela que obedece às leis do automatismo
espiritual, que impulsiona a natureza física e animal para o progresso,
sem a participação da vontade, e aquela que recebe como coadjuvante os
esforços dos homens, onde a inteligência tem sua grande participação. As
faculdades dos Espíritos vão se desabrochando na esteira infinita do tempo
e se apurando de acordo com o seu despertamento, quando o oculto vai sendo
conhecido.
Diante dos mistérios desvendados, surgirá, no mundo da alma, um ambiente
diferente, onde floresce uma alegria apoiada pelas forças do amor. E a
alma amadurecida passa a conhecer a si mesma e a cuidar das suas próprias
deficiências, como o médico que trata dos seus próprios desequilíbrios.
Porém, é bom que nos cientifiquemos de que sempre encontraremos véus para
serem desvendados e segredos para serem conhecidos. Não constitui uma
grande esperança termos sempre lições para recebermos da bondade divina? O
conhecimento total pertence a Deus, e conhece a sua natureza íntima
somente Ele o pode, por ser Onisciente.
O nosso maior empenho deve ser o conhecimento de como ser melhor,
trabalhando na fraternidade universal. É preciso levantar o véu que empana
a harmonia e sentir a vibração da paz de Deus no coração, conhecer os
segredos do amor e passar a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos. Torna-se importante descobrir a fonte da alegria pura e
conquistá-la na sua plenitude. Com os véus se levantando nesse ritmo,
seremos felizes.
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