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O VÁCUO NÃO EXISTE
O nada, a própria palavra o indica, não existe. O que chamamos de vácuo é,
pois onde falta o ar que tanto conhecemos, bafejando a velha Terra que
habitamos, servindo para manter a vida na carne.
Toda a criação é tomada pelo Éter Cósmico, que não obedece à química ou
física humana, nem tão pouco à máquina de sucção, com que queiram
retirá-lo do seu campo. Subordinado somente à vontade de Deus, não se
submete a qualquer outra. E se pudéssemos retirá-lo do ambiente em que
vibra, certamente alguém perguntaria: o que ficaria depois disso? E
segredo de Deus ainda não desvendável, que não iria em nada melhorar os
homens, se estes pudessem conhecê-lo. Conhecerás gradativamente, essa é a
lei da evolução que nos cabe respeitar e agradecer a Deus.
Essa impetuosidade do ser humano, de querer saber o que lhe escapa aos
sentidos, é comum, na faixa evolutiva em que se encontra a humanidade. As
necessidades de conhecimento exato daquilo de que se precisa são
esquecidas, talvez por conveniência, levando a conhecer a si mesmo,
estudar suas próprias reações diante dos acontecimentos, livrar-se da
persistência em coisas em que não se deverá insistir e do condicionamento
de ideias inferiores. Como conhecer as coisas mais profundas, se ainda há
guerra em quase todo o mundo, por simples pedaços de terra, por se
sentirem feridos no orgulho, ou por outros povos aceitarem ideologias
diferentes? Por que procurar a liberdade, sentindo obrigação política de
tolher a dos outros, usando a força e a opressão? A política do futuro
será o Socialismo Cristão, e não o carrancismo engendrado no orgulho,
mancomunado com o egoísmo. O Cristo nos trouxe a melhor reforma, com uma
constituição universal em um punhado de palavras simples, na profundidade
do amor: o Evangelho, elo que poderá unir todos os povos, para que surja
um só pastor e um só rebanho.
Sabemos somente de um lugar onde existe o vácuo: é onde não existe amor, é
onde faltam a caridade, a justiça e o perdão. A humanidade permanece em
desgaste em todo o mundo, por faltar-lhe o desprendimento. O egoísmo
empana nos corações todos os sentimentos de fraternidade, e a alma fica
sufocada sem poder respirar a esperança e sentir a luz do futuro
promissor. O que parece vazio para os homens de ciência, ao extraírem o
ar, está ocupado por fluidos altamente sensíveis, capazes de registrar até
os pensamentos com nitidez absoluta, e ainda gravar todos os sons e
imagens emitidos, e o mais interessante é que o poder do Espírito é tão
grande, que igualmente consegue fazer na consciência, a operação que se
processa nesse Éter. Na consciência profunda estão registrados todos os
atos da alma, de todas as suas vidas e, ainda mais, de todas as leis
espirituais que garantem a criação divina, existindo ali, em perfeita
harmonia, a presença do Criador. Este é, sobretudo um segredo sobre o qual
devemos pensar, estudar e orar, para que possamos perceber alguma coisa
nesse sentido maior e dar início a nossa própria educação espiritual,
aquela parte que Deus nos outorgou fazer.
Convidamos os homens a aumentarem a cota de amor nos corações, a da
disciplina na mente e a da fraternidade nos sentimentos, cotas essas que
não se podem comprar nos supermercados, não são produzidas por máquinas,
mesmo as mais sofisticadas, nem são doadas por outros homens. Esse tesouro
de luz é despertado em cada coração, na luz do entendimento e do esforço
próprio da claridade de cada dia.
Se continuarmos no vácuo da indiferença, no que tange a essas verdades
espirituais, vamos ser considerados mortos diante da vida, até que
decidamos despertar para ela, pela própria vontade, na vontade de Deus.
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