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CRIAÇÃO DO UNIVERSO
O princípio da criação perde-se na noite da eternidade. Os sentidos
humanos, senão os espirituais, não alcançam as respostas que as coisas
podem dar, pelo estado de desintegração, por lhes faltarem as qualidades
no registro mais profundo, da essência mais sutil que tudo gravou desde o
amanhecer da vida.
As coisas, desde os átomos até os acúmulos de galáxias, fazem-se e
desfazem-se pela vontade divina, em uma ação contínua, sem que haja
princípio nem fim nas deliberações humanas. Os números dominados pela
inteligência humana são fracos para essa contagem de ordem transcendental,
que somente opera nas linhas dos segredos de Deus. Se queres saber como
Deus criou o Universo, terás de estudar a existência da própria criação e,
enquanto isso não ocorre, deves contentar-te com a inspiração de Moisés,
na Gênese, que ainda vigora até o presente momento: Faça-se a luz! E a luz
foi feita. Gênese 1:13. É muita pretensão dos homens, mesmo dos que
transitam na ciência, quererem compreender os detalhes do modo que usou a
Divindade, para que tudo surgisse na extensão infinita da vida.
Ainda estamos, homens e Espíritos que viajamos com a Terra em tomo do Sol,
nos primeiros degraus do entendimento espiritual, em relação a tamanha
profundidade de conhecer determinados arcanos da Luz. Para compararmos com
o entendimento humano e sermos compreendidos com maior facilidade, diremos
que Deus criou tudo o que se pode ver e o invisível, pela sua magnânima
vontade e poderosa mente, capaz de tudo fazer pelo seu querer. No entanto,
essa maneira de expressar diminui o Criador, nivelando-O com os homens.
Dentro dos homens escondem-se poderes sobremodo grandiosos, dependendo de
determinado desenvolvimento, que se processa pelas mãos do tempo e do
esforço próprio, para aquisição do Amor. Onde falta o Amor, estende-se a
agenesia, desencadeando a morte, sem a esperança que de novo surja a vida,
a não ser quando volta o cultivo da benevolência nos rastros da caridade.
Para que entendamos melhor, observemos: se Deus é Amor, nada poderá surgir
sem ele, porque não pode haver criação sem amor; portanto, somos filhos do
Amor em todos os rumos da vida, dentro da eternidade.
Só podemos dizer que o físico é a condensação da anti-matéria, espalhada
em estados diferentes pela vastidão infinita da criação. São fluidos, no
linguajar espiritualista, que obedecem ao comando divino, para a divina
formação das diversas moradas da casa do Pai. Esses fluidos já são
composições de outros mais sutis, que podem se perder nas nossas fracas
deduções, e precisar as datas das coisas criadas ainda não temos
condições, por nos faltarem meios que nos possam dar, pelo menos, certas
diretrizes.
A Terra em que moras, onde pisas com firmeza e onde os próprios aparelhos
estão assentados, podes estudá-la examinando-a a olho nu, e até usando
sistemas sofisticados que a ciência pode produzir e, ainda assim, não
constatarás com precisão a sua idade.:
Já várias idades lhe foram atribuídas sem que pudessem acertar, como
querer saber a idade do universo? E se alguém afirmar que ele não tem
idade? A matemática espiritual confunde os homens, para levá-los a aceitar
os primeiros passos da senda, sem os caprichos da vaidade humana, de tudo
saber e querer explicar sem o entendimento preciso.
Se o universo foi formado, conforme o entendimento humano, pelo amor, o
nosso maior dever é procurar estudar esse amor, nas linhas da sua pureza,
para que comecemos, senão criar, ao menos ajudar na criação do bem na
Terra.
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