FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XX

 

Questão 1002 comentada

CAPÍTULO 33

1002/LE

O ARREPENDIMENTO NÃO ABSOLVE

 

Não basta somente nos arrependermos das faltas cometidas no dia-a-dia; necessário se faz que busquemos repará-las com a modificação dos nossos hábitos e vícios, por vezes incontáveis. Mo entanto, o arrependimento abre as portas para adentrar no coração a luz da moral, da conduta reta.

É como nos diz "O Livro dos Espíritos": "O arrependimento apressa a reabilitação, e isso já é um grande passo para a nossa paz espiritual". A Doutrina Espírita, sendo uma filosofia de vida para as criaturas, nos mostra caminhos mais seguros de nos reabilitarmos, mostrando Jesus com a personificação do amor, o verdadeiro caminho que nos leva à libertação espiritual.

O arrependimento apressa a libertação, mas não absolve o infrator. Aí entra o nosso trabalho de análise e de mudança de comportamento ante a vida e diante de Deus, que sempre nos dá inspiração para a paz da nossa consciência.

Leitor amigo, pode parecer que estamos escrevendo em demasia para o teu coração, porém, não é nossa intenção senão alertar teu entendimento sobre as possíveis quedas nos roteiros que deves seguir. Tem coragem e energia no tocante a tua recuperação. Quando começares a cortar as arestas de ti mesmo, os teus corpos, começando do físico, podem rejeitar tua decisão, e às vezes piorar aparentemente a tua situação. Não temas essa recusa; segue avante, que Jesus te espera para a vitória.

O arrependimento é uma luz que a vida acende em teu coração, para que tenhas coragem e esperança. Quem te criou tem condições de te mostrar a vida melhor, mas não deve fazer o que somente tu és capaz na tua própria conquista. Os benfeitores espirituais estão te acompanhando bem de perto, mais do que pensas. Eles trabalham no silêncio, te ajudando sem alarde, pois a caridade assim pede, para que seja feito o bem sem ostentação. Deves acreditar no Criador. O que Ele fez se encontra enraizado no teu coração, dentro da eternidade.

Pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável. (l Timóteo, 4:4)

Quando recusamos é que nos falta compreensão e, por vezes, torcemos as leis eternas e benfeitoras que somente nos ajudam a entender a verdade. Quando não aceitamos alei de amor, ela nos fere por justiça e para nos mostrar o caminho certo; daí nasce o arrependimento que nos dá forças para a retificação, de morto a palmilharmos o caminho em direção à luz.

A nossa consciência, repetimos, é a vigilância divina dentro d'alma, como um tribunal que não nos deixa seguir avante induzidos pelo mal. Se queres estar bem com a tua consciência, ouve o Mestre Jesus, que com Ele não errarás o caminho para o Criador. Se já te arrependeste das tuas faltas, segue para frente reparando-te, e deixa que o arrependimento atinja as fibras mais íntimas do teu coração. Se nunca arrependeste dos teus feitos incômodos, pensa nisto e pede a Deus para que te dê este momento, que o arrependimento é como as leis te convidando para a paz de consciência, aquela que não se perturba com os acontecimentos exteriores, por se encontrar despertada na iluminação do Cristo interno.

Levar-te a vencer a ti mesmo é a meta do Cristo e deve ser a do espírita conhecer a si mesmo. Comparando-se um ao outro, são caminhos paralelos que a vida oferece, de maneira que esses dois fios de luz acendem as claridades na tua intimidade para sempre.

O arrependimento nos acorda; depois que acordamos para Jesus, ele desaparece, por não termos mais necessidade da sua presença nos nossos corações. Lição recebida é adeus ao remorso para sempre.

 

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