FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XX

 

Questão 981 comentada

CAPÍTULO 12

0981/LE

FUTURO DO ESPÍRITO

 

Há modos diferentes de encarar a morte: uns a temem, outros a encaram com coragem, e mesmo com indiferença.

Para saber qual dos dois chega ao mundo espiritual com paz na consciência, basta compreender a situação interna de cada um, daquele que teme a morte, mas que, na sua intimidade, começa a trabalhar honestamente na sua educação espiritual, e o outro que a enfrenta com coragem, mas para fugir da vida na Terra, com uma coragem que nada tem a ver com o equilíbrio emocional. Ambos apresentam muitas diferenças, no entanto, eles ainda têm muito que aprender sobre a espiritualidade, motivando a luz no coração.

Chegará em paz ao mundo espiritual somente aquele que construiu essa paz no coração, o homem justo, capaz de amar sem distinção a todos e a tudo, que tem a coragem cristã crescendo cada vez mais na sua intimidade espiritual.

Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exaltará. (Tiago, 4:10)

Haveremos de nos sentir humildes na presença de Deus, porque somente assim a vida nos exaltará. Se nós mesmos nos exaltamos, destruímos ou empanamos a luz no coração. É indispensável que aumentemos o nosso celeiro de conhecimentos, de virtudes aplicadas e de paz conquistadas dentro do coração, para que, na hora da viagem, deixando o fardo físico, a coragem nos revista de ânimo, por sabermos que cumprimos os nossos deveres sem temer a passagem e sem desdenhar essa mudança, que não deve perturbar os nossos sentimentos.

Desejar a morte não é sinônimo de estado espiritual superior, nem nunca seria. Não devemos desejá-la; devemos nos entregar à vida, esperar em Deus o que deseja fazer de nós, sem, tão pouco, temê-la.

O dever do cristão consciente é passar por iodos os reveses, por todas as provações, com muita serenidade, que nesses momentos as luzes dos Céus o cercam de mais suavidade e amor.

Ma verdade, nenhum momento há de desencarnação que seja igual a outro ante a espiritualidade superior, cada qual na sua posição conquistada. Tudo tem relação com a posição que já atingimos no nosso despertar espiritual.

A espiritualidade superior não se perturba com os diferentes modos de encarar a morte; ela sabe, e disso é consciente, que não poderia ser de outro modo. Todos os Espíritos, para chegarem à serenidade, passam por diversas fases de elevação, mas, sabem os Espíritos Superiores que todos, sem exceção, vão chegar ao ponto desejado, com o despertamento dos valores internos.

Somos todos semelhantes e todos feitos pelas mãos perfeitas. Daí se podem entender os destinos de todas as almas, mesmo os das que estão esperando no mundo espiritual os que ainda passam pelas provações, pois já passaram por elas, e por isso não se alteram com a mudança da matéria humana, quando chega a sua hora da despedida da Terra.

Temer enfrentar a morte nada modifica na estrutura das leis espirituais. Tudo passa, e o que teme hoje, no amanhã enfrentará tudo com dignidade. O que zomba hoje, no amanhã terá o maior respeito pela vontade de Deus. Morrer ro dizer humano, é viver mais para o dizer espiritual.

Compete a todos estudar cada vez mais, meditar sobre as leis da reencarnação e da comunicação dos Espíritos com os homens; enfim, saber mais sobre o amor que cobre a multidão dos pecados. Cada vida, ao passar para a outra vida, encontra situações diferentes que se ajustam muito bem com as suas necessidades espirituais.

 

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