FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XX

 

Questão 987 comentada

CAPÍTULO 18

0987/LE

HOMEM ESTACIONÁRIO

 

O homem, no seu primitivismo, muitas vezes não faz o mal por não ter condições de fazê-lo, porém não faz o bem nas condições que o civilizado reconhece, nas linhas do seu despertamento espiritual. No entanto, ele está no caminho. A Força Soberana se encarrega de ir acordando-o aos poucos, porque as leis de Deus a ninguém violentam.

Como nada pára na vida, entendemos que não se dá com o homem um "estacionar" no sentido comum do termo. O movimento é lei natural na criação de Deus e podemos entender que estacionar é marchar devagarinho, e não parar efetivamente, voltando o Espírito para o plano de onde saiu pior do que quando chegou ou, então, do mesmo nível espiritual. Isso nunca acontece entre as almas. Sempre aprendemos alguma coisa, seja como for a reencarnação que tivermos na Terra, ou mesmo em outros mundos.

Assim acontece, principalmente, com o Espírito que já apresenta algumas faculdades em crescimento. Ele cresce todos os dias e se erra, no dizer dos homens, ainda assim ele está colhendo experiências. Entretanto, não regride, nem estaciona, mas se encontra como a massa do pão antes de ser levada ao forno, fermentando para ser assada. E se está fermentando, não se encontra inativa, embora digamos que está "descansando".

Todos nós devemos colocar em funcionamento a razão em tudo que lemos. A razão sábia nos induz a pesquisar, para buscar, dialogar, sem esquecer a oração no sentido de acertar. Quando a sinceridade nos envolve, sempre acertamos o caminho. Ao homem que não faz o mal e não se preocupar com o bem, falta-lhe alguma coisa a despertar no coração, porque a tendência da alma que conhece o amor, que conhece a Jesus e respeita as leis de Deus, é trilhar nos caminhos da luz, é viver, ou começar a viver, o amor e a caridade.

O que sucede ao homem que em uma existência não se interessou pelo próximo, que descuidou da sua própria evolução espiritual? Obviamente, terá que voltar em outras reencarnações, a fim de acelerar o seu progresso. E isso acontece, queira ou não o Espírito, porque todos temos como origem a mesma fonte divina e, se todos somos iguais, temos a mesma destinação. Quase sempre, esse homem que não se interessa pelo bem-estar da coletividade e o seu próprio adiantamento, é o rico, apegado ao conforto material. Observemos o que Tiago registrou:

E o rico glorie-se na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva. (Tiago, 1:10)

O conforto faz esquecer que a vida na carne é breve, e que tudo pode mudar. No entanto, uma existência, mesmo a de quem não se interessa pelas coisas do Espírito, tem utilidade, e a alma, ainda que lentamente, ascende um pouco na sua evolução. Voltamos a afirmar que na natureza nada há inútil. A cada passo, cada dia, minutos e segundos, estás te libertado da influência do mal, porque na carne estás sempre recebendo lições e entrando em processos de maturidade, até chegar o dia do afloramento dos valores espirituais.

É importante saber que Deus é amor e que Jesus nunca desampara Suas ovelhas. Ele é o Pastor generoso e santo.

 

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