FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XX

 

Questão 994 comentada

CAPÍTULO 25

0994/LE

O HOMEM PERVERSO

 

A perversidade nasce da ignorância das leis e da justiça divina. Se o homem, mesmo nos seus primórdios, reconhecesse que tudo que ele fizer de mau para os outros, estará fazendo para si próprio, se abrandaria na sua maneira de agir, certo de que no mundo espiritual, antes de reencarnar, ele recebeu todas as lições teóricas.

No entanto, como a sua consciência se encontrava ainda no vazio, digamos assim, sem as condições e possibilidades de tudo gravar com todas as particularidades, ele não reteve suas lembranças. A consciência dá seus estímulos para o consciente se inteirar das leis, no entanto, ocorre como à criança, que precisa queimar a mão para aprender que o fogo é quente.

Na profundidade dos assuntos estudados, o homem não tem culpa das coisas que se passam com ele. Elas foram feitas assim, e são processos de despertamentos espirituais para todas as criaturas, da Terra e de outros mundos habitados. Fomos criados pela vontade de Deus, e Ele, na Sua onisciência, sempre soube de tudo o que iria ocorrer com todos os Seus filhos e, para tanto, fez as leis para nos corrigir.

Não é com isso que vamos abandonar nossos esforços de melhorar. O dever de todos os seres é fazer a sua parte, no tocante à auto-educação. Por que o ser humano é perverso? Todos os seres passam pelo estágio de perversidade, quando embriões em crescimento. Se fomos feitos, repetimos, simples e ignorantes, o que se espera do ignorante? Toda sorte de imperfeições.

Ainda temos muito que estudar sobre a personalidade da alma. Os teólogos, em tempos idos, orientadores das velhas religiões, achavam que traçaram os caminhos para a humanidade, sobre o Céu e a Terra. Como se enganaram! O progresso desfaz tudo aquilo imprestável para a alma. Hoje, tudo se desfaz e a evolução se apresenta à criatura de novas formas, mais racionais e com mais amor, mais verdade e mais tolerância porque, pelos mesmos caminhos trilhados pelos ignorantes de hoje, os grandes teólogos passaram no passado. Erraram, mentiram, sofreram e foram igualmente perversos, mas, o tempo, sendo Deus, por amor a Seus filhos, foi despertando um a um, predispondo-os para a luz da verdade e do amor.

Certamente que todos nós devemos ajudar ao perverso de hoje, no arrependimento, inspirando-o para a esperança no porvir. Jesus nos disse que não veio à Terra para os justos, e, sim, para os pecadores. que o perverso escute a voz do Divino Mestre:

Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não se junta, espalha. (Mateus, 12:30)

Estamos falando para um punhado de homens, a favor de Jesus, nos juntando com Ele e por Ele, na certeza de que o mundo de amanhã nos mostrará o Mestre em plenas nuvens do nosso entendimento, dissipando dúvidas e armando entendimento para a pureza dos nossos corações.

O perverso sempre reconhece a sua perversidade. Isto pode se dar no espaço ou mesmo quando envolvido no corpo físico, contudo, de qualquer modo ele se encontra dentro da eternidade e não é esquecido pelo Criador. O arrependimento não é imediato: é demorado em todos os Espíritos, mas, sempre vem, e quando aparece pela força da consciência, deve ser obedecido, por trazer sob a sua égide forças estranhas em forma de dor e todos os tipos de obstáculos, para despertar a alma, queira ela ou não. Essa é uma lei impositiva, por ordem d'Aquele que nos criou.

Além da força do arrependimento que nos ajuda a despertar, existem os benfeitores da eternidade nos acompanhando, como fizeram com eles outros mais além, em passado que escapa à nossa lembrança.

 

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