FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME II

 

Questão 68 comentada

CAPÍTULO 17

0068/LE

A CAUSA DA MORTE

 

A causa da morte de um corpo é o esgotamento orgânico. Quando se processa a velhice, os órgãos enfraquecem e a vitalidade diminui. No entanto, a morte por desastre interrompe por vezes o movimento orgânico e a interligação de uns órgãos com os outros. A força vital desapropria-se da área que comandava e tudo entra no caos, por faltar harmonia no conjunto. A verdadeira causa da morte é de difícil comprovação, dado o engenhoso esquema espiritual, traçado à luz do carma de cada Espírito, bem como, e certamente, do seu livre arbítrio. O poder da vontade soma como bênção de Deus e pode modificar o cronograma, assim como os homens podem e mudam de vez em quando as suas próprias leis.

A morte de cada corpo humano não é um determinismo. A vida pode se estender o quanto for necessário, desde que os agentes da espiritualidade maior achem conveniente tal decisão. Assim, as provas, infortúnios e sofrimentos tanto podem aumentar como diminuir. O mundo espiritual, que comanda a existência dos homens na Terra, escolhe o melhor para cada um. Surgem questionamentos quanto ao fato de um homem de bem morrer jovem, sendo que o inconveniente à sociedade permanece até a velhice. Isto porque os Espíritos que dirigem a humanidade têm olhos para ver as necessidades mais profundas de cada um. Não há injustiça em campo algum de vida, cada qual recebe somente o que merece nas linhas que percorre. Devemos procurar estudar mais as leis de Deus, que encontraremos a Verdade, como se respira o ar e se sentem os raios do sol.

A morte é sinônimo de desagregação da forMa física, sem que desapareça a vida do corpo, e muito menos a do Espírito. Tudo criado por Deus tem vida imortal. O que ocorre são infinitas transformações, que se processam no seio daquilo que existe. E quando nos é facultada a oportunidade de falar sobre o Espírito, geralmente usamos termos conhecidos pela humanidade, porém, todos eles são pobres para explicar o valor da alma. Alhures dizemos que o Espírito é vida , no entanto, a vida é atributo do Espírito, como o amor, a caridade etc... Todos os valores que conhecemos são atributos dessa chama divina, que acordam em si e com a sua presença. Qual a definição que poderemos dar para Espírito? Onde encontraremos termos adequados? A pobreza da linguagem nos enfraquece a razão; sentimos o que é o Espírito sem ter condições de descrever o que realmente ele é. Por aí, pode-se deduzir o que Deus representa para nós, e as dificuldades que temos para falar sobre o Soberano Senhor. Pouco passamos do entendimento do índio e, se quisermos avançar, d iremos, repetindo João Evangelista: Deus é amor. E com mais propriedade repetiremos Jesus, quando nos ensina: Pai nosso que estás nos Céus...

A morte que muitos temem na Terra é uma renovação, é uma mudança de dimensão da alma, para que esta compreenda melhor as leis da vida. Muitos perguntam se a inteligência é o Espírito, e nós repetiremos que ela é um atributo, um dom que acordou, como muitos outros, na forja divina da consciência. E é nessa linha de entendimento que notamos que nada morre; tudo vive na vida de Deus. E quando começamos a despertar para Cristo, os caminhos que se abrem são infinitos, rumo à felicidade imortal, nos ensejando alegria duradoura e a paz imperturbável do coração. É, pois, o conhecimento da verdade que nos liberta das trevas para a luz, de sorte a somente conhecermos a vida e tirarmos da mente a preocupação com a morte.

 

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