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O INSTINTO EM MARCHA
Já falamos algumas vezes que o instinto é uma inteligência rudimentar sem
a conquista do raciocínio, é um atributo do Espírito em marcha para a
perfeição. No animal ele é, pois, o primeiro clarão da alma, esforçando-se
para chegar às condições do humano. A mão divina atende a toda a criação,
de acordo com a sua elevação espiritual. O animal, na sua condição
instintiva, nos mostra com clareza, o quanto já viajou, desde os primeiros
movimentos da mônada, procurando se expressar em um corpo. Como é infinita
a ascensão, ele não pára de buscar e nesta busca encontra as inúmeras
possibilidades do despertamento das suas qualidades, onde Deus deu o toque
de vida.
Dificilmente poderemos constatar onde termina o instinto e começa a razão.
Esses dois valores se confundem e se aprimoram no decorrer da vida, em
busca de Deus. A transmutação é vagarosa, entretanto, nunca se estaciona.
Ela avança em todas as direções, procurando sempre o melhor, por ser o seu
objetivo a perfeição. O animal, além de encontrar programado nos
rudimentos da sua consciência o que deve fazer, recebe, paralelamente,
essa bênção, coadjuvante para as suas necessidades, que é o instinto,
dando ordens e formando atitudes, sem que entrem nesse movimento os
pensamentos, por não haver capacidade de formação das ideias. Se o animal
não pensa, escapam das cogitações todas as probabilidades de raciocinar.
A razão se desperta no homem, numa gradação quase imperceptível. O homem
primitivo é quase igual ao animal, mas, com possibilidades de, a qualquer
momento, começar a surgir em si ideias, de maneira a melhorar as suas
próprias condições de vida. Partiu desse primeiro passo o que aconteceu à
humanidade: chegar ao ponto a que chegou, da razão altamente desenvolvida,
de maneira que em muitos já começam a surgir os rudimentos da intuição,
resultado do raciocínio aperfeiçoado. Daí, partem outras qualidades que
até então fazem parte do desconhecido. Aquele a quem se chama de santo,
gênio ou místico já se entrega à intuição divina, e é por isso que ele
acerta mais que o homem comum. A razão é limitada para determinadas
coisas.. Ele não alcança o que podem alcançar os valores do Espírito, na
elevação que liberta de todos os interesses materiais, vivendo em completo
equilíbrio entre as leis que governam matéria e Espírito. É de se notar
que Deus está presente em toda a parte. Ele criou leis, de maneira que
elas possam vigiar onde vibram, em um esquema computável sem cito, na mais
perfeita harmonia de vida.
Todos os reinos demonstram harmonia nas ações que correspondem às suas
necessidades e às qualidades do Espírito, que são inúmeras; despertadas,
são as mesmas que existem nos outros reinos, só que estão em forma de
rudimentos, esperando o tempo e a vontade do Criador para crescer e
prosperar.
O modo que podemos entender até agora é este: todos somos filhos de Deus
com as mesmas possibilidades e os mesmos preitos, por herança divina,
porém, para os homens, se movendo em plena razão, a vida mostra que devem
se esforçar para conquistar, por serem filhos adultos que já sabem o que
fazer. Não nos esqueçamos de Jesus porque, para nós, Ele é o Caminho, a
Verdade e a Vida. Passando por Ele, encontraremos com mais segurança,
Deus. E com Jesus, o instinto se transforma com mais fulgor, em dons mais
aprimorados.
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