FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME II

 

Questão 73 comentada

CAPÍTULO 22

0073/LE

O INSTINTO EM MARCHA

 

Já falamos algumas vezes que o instinto é uma inteligência rudimentar sem a conquista do raciocínio, é um atributo do Espírito em marcha para a perfeição. No animal ele é, pois, o primeiro clarão da alma, esforçando-se para chegar às condições do humano. A mão divina atende a toda a criação, de acordo com a sua elevação espiritual. O animal, na sua condição instintiva, nos mostra com clareza, o quanto já viajou, desde os primeiros movimentos da mônada, procurando se expressar em um corpo. Como é infinita a ascensão, ele não pára de buscar e nesta busca encontra as inúmeras possibilidades do despertamento das suas qualidades, onde Deus deu o toque de vida.

Dificilmente poderemos constatar onde termina o instinto e começa a razão. Esses dois valores se confundem e se aprimoram no decorrer da vida, em busca de Deus. A transmutação é vagarosa, entretanto, nunca se estaciona. Ela avança em todas as direções, procurando sempre o melhor, por ser o seu objetivo a perfeição. O animal, além de encontrar programado nos rudimentos da sua consciência o que deve fazer, recebe, paralelamente, essa bênção, coadjuvante para as suas necessidades, que é o instinto, dando ordens e formando atitudes, sem que entrem nesse movimento os pensamentos, por não haver capacidade de formação das ideias. Se o animal não pensa, escapam das cogitações todas as probabilidades de raciocinar.

A razão se desperta no homem, numa gradação quase imperceptível. O homem primitivo é quase igual ao animal, mas, com possibilidades de, a qualquer momento, começar a surgir em si ideias, de maneira a melhorar as suas próprias condições de vida. Partiu desse primeiro passo o que aconteceu à humanidade: chegar ao ponto a que chegou, da razão altamente desenvolvida, de maneira que em muitos já começam a surgir os rudimentos da intuição, resultado do raciocínio aperfeiçoado. Daí, partem outras qualidades que até então fazem parte do desconhecido. Aquele a quem se chama de santo, gênio ou místico já se entrega à intuição divina, e é por isso que ele acerta mais que o homem comum. A razão é limitada para determinadas coisas.. Ele não alcança o que podem alcançar os valores do Espírito, na elevação que liberta de todos os interesses materiais, vivendo em completo equilíbrio entre as leis que governam matéria e Espírito. É de se notar que Deus está presente em toda a parte. Ele criou leis, de maneira que elas possam vigiar onde vibram, em um esquema computável sem cito, na mais perfeita harmonia de vida.

Todos os reinos demonstram harmonia nas ações que correspondem às suas necessidades e às qualidades do Espírito, que são inúmeras; despertadas, são as mesmas que existem nos outros reinos, só que estão em forma de rudimentos, esperando o tempo e a vontade do Criador para crescer e prosperar.

O modo que podemos entender até agora é este: todos somos filhos de Deus com as mesmas possibilidades e os mesmos preitos, por herança divina, porém, para os homens, se movendo em plena razão, a vida mostra que devem se esforçar para conquistar, por serem filhos adultos que já sabem o que fazer. Não nos esqueçamos de Jesus porque, para nós, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Passando por Ele, encontraremos com mais segurança, Deus. E com Jesus, o instinto se transforma com mais fulgor, em dons mais aprimorados.

 

<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<

 


Principal | Os Autores | Este Site | Os Livros | Questões Comentadas | Mapa

O Livro dos Espíritos Comentado - 2008 - Desenvolvimento, Manutenção e Hospedagem: MakedonosWeb