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PERISPÍRITO
Assim como damos formas aos nossos pensamentos e, de certo modo, vida às
nossas ideias, nós somos o produto dos pensamentos de Deus e recebemos
vida pelo Seu poder magistral, pela arte que tem de criar. Somos filhos de
Deus, como somos pais dos nossos pensamentos. Tudo que criamos povoa a
nossa mente, a nos entregar os resultados das nossas intenções. Desde
quando fomos criados pelo, começamos a viajar, do alfa ao ômega e do ômega
ao alfa, porém, necessitamos de instrumentos para essa grande viagem,
assim como na Terra precisa-se de roupas para vestir e de carros e outros
instrumentos para viajar. Essa é a lei universal.
O Espírito reveste-se de uma roupagem a que chamamos de perispírito, sem
que esta seja definitiva. Ela é apurada, conforme a evolução do Espírito,
ou suprimida, de acordo com o mundo em que ele habita. Existem ainda
variedades de corpos usados pelos Espíritos de que muitas escolas
espiritualistas igualmente dão notícias, pelas suas pesquisas.
Compreendemos o caso de uma complexidade muito grande, mas fascinante, de
modo a nos atrair a atenção para estudos mais sérios, dada a engenhosidade
de sua formação.
Podes observar o fruto de uma árvore, o mais simples que seja: o seu
líquido, a essência ou, se assim podemos o chamar, o néctar, sempre se
encontra protegido por vários corpos, para que possa cumprir o seu dever
de nutrir homens e animais, insetos e aves. Verifiquemos o mel das
abelhas, alimento salutar, fortificante incomparável para ., os homens,
como vem sendo ele guardado pelas operárias de um apiário: é revestido por
muitos processos, que os próprios homens não aprenderam ainda, por serem
todos naturais, sem nenhuma perda da substância alimentícia e
medicamentos. O Espírito propriamente dito não foge a essa lei: se reveste
de muitos corpos e destitui-se dos mesmos quando deles não precisa mais.
Enquanto cresce, vai-se desvencilhando das roupagens, que são sempre
grosseiras, e tornando-se livre, na liberdade de Deus, Nosso Pai e
Criador.
O perispírito, para nós na Terra, é de grande valor: ele nos livra e nos
protege de certos enervamentos ou contrações, que o Espírito poderia
sofrer sem a sua proteção, ante o ambiente negativo e carregado de
magnetismo inferior. O Espírito reveste-se de corpos de acordo com o
ambiente em que estagia, ou em que vai trabalhar, qual o vaqueiro que usa
a roupa de couro, além da sua costumeira, para correr dentro do mato, como
usa o cavalo que o protege e o ajuda no seu mandato. Eis aí o porquê da
necessidade dos corpos usados pelos Espíritos na sua jornada terrena.
O perispírito, para o Espírito, ainda é uma veste grosseira, no entanto,
para os homens, além de ser invisível é, uma substância delicada, com um
poder ideoplástico extraordinário, obediente à vontade da alma que o usa
como veste temporária. Ele se unifica em tomo do Espírito por uma lei de
atração criada pela chama divina que o sustenta e dirige, até quando lhe
aprouver. Tem muitas funções, uma das quais é ser intermediário entre o
corpo de carne e a alma. Por meio dele, o mundo físico é vitalizado,
mantendo a coesão molecular, como a própria vida instintiva dos órgãos.
Ainda existem outros pormenores que, com o passar dos tempos serão
descobertos. Só temos a dizer que o perispírito é uma grande maravilha
para os Espíritos ainda em condições materiais.
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