0122/LE
A LIVRE VONTADE
A pergunta 122, feita por Allan Kardec, foi muito profunda. Estribamo-nos
nela para falar alguma coisa daquilo que pesquisamos e aprendemos na linha
de entendimento que palmilhamos. A escolha do Espírito certamente não foi
determinada, só por Deus, sendo onisciente, já sabia o que os Espíritos
haveriam de escolher. O livre arbítrio surge de acordo com a evolução da
alma, e cresce com ela. Se ela não tem, no princípio, uma consciência
perfeita do que deve fazer, é ignorante daquilo que escolhe. Eis porque
não deve ter culpa do que faz. Todos passam por essas diretrizes, são
processos de aprendizado, indispensáveis ao despertamento da alma.
Os Espíritos seriam diferentes uns dos outros, se uns tivessem o
despertamento das suas qualidades sem nenhum obstáculo, passassem por
todas as experiências sem nenhuma falta, trilhassem todos os caminhos sem
erros, ao passo que outros, por invigilância, escolhessem os caminhos das
trevas. Pedimos que o leitor raciocine, buscando na razão uma resposta,
pelos caminhos da meditação e da prece. As pesquisas nos informam que
somente os cegos caem nas fossas; quem passou a enxergar, fica livre das
trevas.
Disse Jesus que a verdade liberta as criaturas. Desde quando o Espírito
começa a conhecer a Verdade, a luz do entendimento o livra de todo o mal.
Nós cedemos à tentação dos Espíritos inferiores, se vivemos na
inferioridade, e quando vivemos nas trevas é porque desconhecemos a luz.
Queremos dizer que os Espíritos somente erram - se esse é o termo correto
- por desconhecerem as conseqüências do mal. Depois que passam a desfrutar
dos resultados do Amor e da Caridade, têm acelerada a sua marcha de
ascensão espiritual.
O bem domina todas as consciências, por que fomos feitos pelo Amor, por
Amor e para o Amor. As mãos que trabalham para que pudessem surgir
Espíritos são puras na totalidade, e o coração que nos dirige é de pureza
inconcebível. A lei do merecimento nos garante que não recebemos nada que
não mereçamos; se cedermos às influências exteriores, é por vibrarem em
nossa mente idéias compatíveis com pensamentos de outras inteligências. As
influências do mal somente ocupam as mentes que vibram na mesma dimensão.
Esta é uma lei dominante em toda a casa de Deus.
O livre arbítrio total somente existe em Deus; os demais obedecem à faixa
em que vive o Espírito. Somente escolhemos o que está ao nosso alcance
para se escolher, o que o nosso despertamento permitir. O peixe não
suporta viver fora da água, como o ser humano não pode viver sem o ar, de
onde tira os elementos da vida. A escolha é compatível com a nossa
evolução já alcançada. Quem escolhe só o bem, o faz pela maturidade que o
tempo lhe conferiu em milênios incontáveis.
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