0154/LE
DESLIGAMENTO DA ALMA
É processo comum e natural, para a humanidade terrena, a separação do
corpo da alma, embora não exista um totalmente semelhante ao outro,
ocorrendo modificações de pessoa para pessoa.
Muitos querem entender que, assim como a enfermidade lhes traz dores e
inquietações variadas, a separação do Espírito do corpo possa lhes causar
dores inenarráveis, porém esta não é verdade. A morte por esgotamento do
fardo fisiológico se processa como se estivéssemos com uma roupa suja, de
modo que nos apressamos em trocá-la, sem motivo algum de inquietação.
O modo de morrer, que muitos têm, é o instinto de conservação que fala
mais alto, como também a necessidade de cumprimento de deveres ante os
compromissos assumidos no mundo onde estagiam e diante da própria
consciência. O Espírito - é necessário que saiba - é perfeito em todas as
nuances da vida. Tudo que vem sentir na carne e fora dela é pelo processo
mental, é falta de harmonia na trajetória das idéias. Depois de educadas
na escola de Nosso Senhor Jesus Cristo, cessam a inquietações e a alma
desconhece a dor em quaisquer caminhos que se dispõe a percorrer, a não
ser nos casos de grandes missionários da Verdade, que descem à carne para
ensinar, pelo exemplo, como devemos suportar a dor. Entretanto, a sua dor
é diferente: é sentida em outra dimensão de vida, é transformada, como o
adubo na terra, em frutos saudáveis.
Na morte do corpo, os laços se desatam; não se quebram, por serem eles de
formação diferente do corpo de carne. São altamente sensíveis e
estruturados em outra dimensão psíquica e, na separação, se recolhem para
seu ponto de origem, antes de se ligarem nos primeiros instantes de vida.
O desenlace é feito por mãos hábeis, gradativamente como requer a evolução
da alma, porém na desencarnação de Espíritos altamente evoluídos, já se
muda o comportamento: querendo, ele se desata a si mesmo.
O sofrimento é mais psicológico, por estar o Espírito mudando-se para um
lugar “desconhecido”. É nesse sentido que é muito necessária a educação da
alma antes da separação do corpo. É o efeito que se vê na influencia da
religião, que mostra, por muitos meios, notadamente a Doutrina dos
Espíritos, como provas irrecusáveis da continuação da vida e da
comunicação dos chamados mortos, que a morte não existe. Voltamos para
falar coisas que nunca se ouviram, mesmo nas mais abalizadas filosofias
espiritualistas.
Não temas a morte do corpo, porque o Espírito é vida, mas, jamais procures
a desencarnação, por querer se libertar mais depressa da vida na Terra.
Responderás pela violência que praticares contigo mesmo. É de bom grado
que estudes as leis naturais, cumprindo sempre a vontade de Deus e não a
tua.
A morte natural é a morte divina; a criatura deixa o corpo,como se
soltasse um pássaro de uma gaiola, e ganha mais liberdade de consciência,
quando cumpre todos os seus deveres assumidos diante de Deus.
<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<