FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

 

Questão 168 comentada

CAPÍTULO 15

0168/LE

NÚMERO DE REENCARNAÇÕES

 

Colocar um ponto final nas reencarnações é ignorar as distâncias imensuráveis que o Espírito deve percorrer nas linhas da evolução, à qual chamamos de despertamento. As vidas sucessivas mais grosseiras têm duração breve; à medida que o Espírito vai se depurando, ele, automaticamente, vai saindo de uma faixa reencarnatória para entrar em outra de maior pureza. O crescimento da alma requer corpos mais sutis e com maiores possibilidades espirituais, de modo a permitir a ela dominá-los em todos os sentidos.

A reencarnação na terra é necessária até a depuração da alma tendo, portanto, certo limite, se assim podemos dizer; mas a depuração necessária ao Espírito que transita neste planeta pode não ter a mesma correspondência em outros mundos por onde o Espírito vai passar. E o Espírito, bem o sabemos, deve passar por muitos mundos para granjear experiências, cultivar valores e se integrar no amor, aquele ainda desconhecido.

Quando se fala em depuração da alma, não se quer dizer que ela se encontra suja, nem foi feita inferior, cheia de defeitos. O próprio livro básico da doutrina nos fala que o Espírito foi feito simples e ignorante, carregando no seu mundo interno todos os valores a serem despertados pelo tempo e pelas bênçãos do Criador, porque, se Deus é a perfeição, não poderia criar nada imperfeito. A reencarnação é uma lei universal para todos os Espíritos e para todas as coisas. As vidas múltiplas estão ligadas ao progresso, que é força natural de Deus dentro da Sua casa universal.

A cada passo que o Espírito dá, pelos processos da reencarnação, desabrocham dons no seu mundo interno, conferindo-lhe cada vez mais vida. A consciência é um mundo e cada qual tem suas necessidades, carregando sua cruz e buscando despertar seus valores espirituais na construção da sua própria felicidade espiritual. Convém que todos os Espíritos, mesmo os desencarnados, procurem escolas, de variado esclarecimento, porque o aprendizado é grande e a carência de luz no coração, muito maior.

De certa forma, não podemos delimitar as reencarnações; elas se processam em todas as dimensões, de conformidade com a elevação dos Espíritos, atendendo a todos em suas necessidades espirituais. Compete a nós outros compreendermos as suas funções, nas atividades e nos poderes que têm de despertar em cada Espírito os dons correspondentes aos seus anseios pela verdade.

Os homens têm as necessidades semelhantes às dos animais irracionais, só que elas estão aprimoradas, em outra dimensão de vida, pelo valor da evolução. O mesmo acontece ao Espírito: depois do túmulo, continua tendo as mesmas necessidades de quando na carne; simplesmente elas vão mudando de faixa, de acordo com o crescimento da alma, no saber e na moral. É, pois, o prêmio que o tempo confere, juntamente com a conquista, pela misericórdia de Deus. Esforcemo-nos, pois, para diminuir nossas reencarnações inferiores, alcançando, cada vez mais, corpos mais sutis, com idéias mais puras e vidas mais elevadas.

 

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