FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

 

Questão 169 comentada

CAPÍTULO 16

0169/LE

VARIAÇÃO NO NÚMERO DE REENCARNAÇÕES

 

A variação de reencarnações é incontável. Não se pode dizer que cada Espírito reencarna certa quantidade de vezes, ou, então, que os Espíritos têm a mesma quantidade de reencarnações. Uns reencarnam menos, outros mais vezes, dependendo do aproveitamento de cada Espírito. Isso, porém, não os torna diferentes na sua estrutura de valores. As diferenças se encontram no modo de ser nas suas escolhas de vida, mas não se pode esquecer que todos são filhos de Deus, feitos pelo mesmo amor.

Uma alma, por ter tido muitas reencarnações a mais do que outras, não foi mais nem menos feliz na sua jornada de despertamento espiritual; os Espíritos são compensados de forma que não se compreende de pronto, porque todos os caminhos são escolas onde ensinam com muito proveito os mestres da natureza. Não existe infelicidade eterna. A onisciência de Deus não iria deixar que alguns dos Espíritos fossem criados com deficiências, para tomar rumos diferentes do Bem e do Amor. As diferenças são simples traços do toque da liberdade, querendo o Senhor dotar Seus filhos de maiores amplitudes no campo da libertação espiritual.

Recordando a fala de Jesus, podemos repetir que o céu se encontra em todo lugar. Basta querermos nele viver. O céu está dentro de nós, e fora de nós, não havendo lugar determinado onde possamos comprá-lo ou vendê-lo. É conquista nossa, na qual uma grande parcela já nos foi e continuará sendo facilitada por Deus.

Diz o “Livro dos Espíritos” que o progresso é quase infinito. Muitos ignoram essa fala, dizendo que é infinito porque a alma não pode chegar até Deus, com os atributos de Deus. No entanto, quem diz isso não sabe o que significa progresso no mundo dos Espíritos. Esse progresso perde seu significado vulgar e alcança outra dimensão, para que a alma se renove no crescimento de outros valores. A razão do homem, que representa grande conquista do Espírito, se perde no crescimento da alma e se transforma, buscando outra dimensão de sensibilidades, qual o instinto animal que mudou para o raciocínio.

É, pois, a lei da evolução. Quando falamos em eternidade, podemos dizer que existem muitas eternidades. O próprio amor que se conhece na Terra não é o amor verdadeiro, nem a caridade, nem o perdão; tudo isso sofre modulações com o progresso da alma. Estamos, pois, sujeitos às mudanças eternas na nossa ascensão para Deus. Na verdade, reafirmamos, a quantidade de reencarnações varia de alma para alma, sem que seja pior do que a outra. Meditemos nisso.

 

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