FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

 

Questão 186 comentada

CAPÍTULO 33

0186/LE

MUNDOS VENTUROSOS

 

Quem se encontra envolvido na carne dificilmente pode ter uma idéia do que pode ser um mundo venturoso, onde somente aportam Espíritos puros, aquelas almas que já se encontram em condições de falar como disse Jesus: Eu e meu Pai somos um.

Esses mundos já passaram por todos os métodos de crescimento, por todas as provas que a humanidade precisava e se purificaram na forja da dor, dos infortúnios, dos problemas. Mas, somente o tempo pode nos conferir o diploma da libertação. Não há outro meio, a não ser o tempo, para o Espírito acordar na lucidez divina e conhecer a verdade.

Há mundos elevados em que os Espíritos ali estagiados se encontram com corpos fluídicos, pelo aperfeiçoamento da matéria. Tudo neles acompanhou o progresso do Espírito, e a beleza é o penhor da natureza, oferecendo um visual encantador aos moradores; todavia, é bom que se compreenda que o Espírito ignorante não se sentiria bem nessa estância de luz, devido ao seu modo de vida ser outro, sem condições de mudanças apressadas. Todos têm seu habitat: o animal, o homem, e qualquer troca sem preparo provocará desastres de difícil reparo. Sabemos que o progresso não dá saltos, entretanto, ele não pára; a sua marcha é permanente em todos os sentidos, porque é vontade do Soberano Arquiteto do Universo.

Os mundos são incontáveis na imensidão do cosmo, e incontáveis são as humanidades, bem como suas diferentes posições. Cada qual tem sua posição na escala espiritual, e os Cristos são inúmeros em toda a criação, responsáveis pela direção dessas humanidades e desses mundos. O movimento é deslumbrante em toda a casa de Deus, onde o amor sustenta os Seus filhos e a harmonia garante a ordem.

Se há mundos inferiores, como no caso da Terra, não fiquemos tristes. Quem conosco trabalha nela se encontra em caminho dos mundos venturosos. Esperemos e trabalhemos, compreendendo que Jesus é o nosso Caminho, a nossa Verdade e a nossa Vida. Ele, por Sua bondade, nos legou os preceitos pelos quais entendemos melhor e com mais acerto o que devemos fazer em nosso próprio benefício: conhecermos a nós mesmos e nos tornarmos livres.

A pureza da alma surge na amplitude da nossa vida, no silêncio que o nosso conhecimento nos ensinou a respeitar. Com o passar das eras no bem, no amor e na caridade, o Espírito vai se iluminando, como a noite sucede ao dia, e a idéia da imortalidade assegura a vida na fé que estabelece a felicidade.

Estamos distantes dos mundos venturosos, mas não impossibilitados de alcançá-los. Abençoemos o tempo, que ele nos indicará, sob as bênçãos de Deus, sob o olhar do Mestre, quais os caminhos que deveremos trilhar capacitando-nos a habitar essas casas que já conquistaram seus lugares nas culminâncias dos céus. Para tanto, devemos trabalhar e lutar, mas, lutar com nós mesmos, vencendo as nossas deficiências, para encontrarmos o Cristo em nós, servindo-nos de motivo de glória, dentro da glória de Deus.

 

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