FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

 

Questão 190 comentada

CAPÍTULO 37

0190/LE

PRIMEIROS ENSAIOS

 

Nos primeiros ensaios da alma para a vida, ela se encontra na infância e, tomando corpo, a infância continua, contudo, a alma carrega consigo as mesmas qualidades angélicas, ainda que em estado latente.

A justiça nos garante os mesmos valores dos grandes sábios, mas é preciso que seja desenvolvida essa capacidade espiritual que todos temos. A força maior que nos ajuda a despertar o celeiro nos cofres da consciência é o tempo. Esse tempo, conjugando com os nossos esforços, tornar-se-á uma fonte de qualidades espirituais elevadas, capazes de nos tornar anjos.

Os índios nem sempre são almas nas suas primeiras reencarnações, porque em quase todos eles já desponta certa inteligência que o Espírito primitivo não possui ainda. Eles tem paixões, ciúmes e, de certa forma, muito raciocínio. Não existe regressão, em se tratando de conquistas espirituais. Mas certamente que há em relação ao ambiente onde reencarna. Um grande intelectual de país civilizado pode voltar em uma taba de índios para repetir um aprendizado que ele esqueceu pela prepotência, pelo luxo, pela avareza e pela luxúria. Ele muda de escola, sem regredir no que aprendeu.

A justiça sempre opera em benefício de todos nós. Um senador romano de épocas recuadas pode renascer em tribos de negros, no seio do continente africano, onde, por vezes, se alimentam de ratos, para que possa refrear o orgulho e dar valor às companhias de que se veja cercado. São mudanças de posição, de família, de ambiente e de cor, objetivando a disciplina esquecida para se regalar nos valores transitórios.

A alma se encontra em plena infância espiritual na transição do animal para o homem, onde os valores dormem em pleno sono, por vezes sem nem sinal de razão, e também não se vê a riqueza moral, por não encontrar lugar para tal sentimento de fraternidade.

Essas almas estão bem distantes do estágio atual dos homens que se encontram na Terra, assim como os da Terra estão distantes dos mundos venturosos; no entanto, o dever é caminhar com as devidas forças, progredindo no amor e as sabedorias.

A humanidade da Terra já passou milênios vestindo e revestindo corpos, e ainda precisa de muitos para se iluminar interiormente. Os princípios educativos, Jesus nos legou há quase dois mil anos, certo de que algum dia os homens poderiam aproveitar essa bênção de Deus, que veio ao mundo por intermédio de Seu filho.

Os ensaios deverão continuar; ainda estamos na parte teórica e nela devemos amadurecer através da vivência. Esses são os caminhos que todos devemos percorrer, degrau a degrau, até alcançarmos o topo das claridades espirituais. Vamos trabalhar, vamos lutar com nós mesmos, dominando nossas paixões, libertando-nos das inferioridades.

O Espírito passa por vários reinos da natureza terrena, ou, como queiram, da natureza física. São ensaios e quando o princípio inteligente toma forma humana, começa a sentir algumas claridades da vida imortal. A forma humana é o vestibular para a vida espiritual. Deus não tem pressa, mas fez leis que impulsionam o progresso.

 

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