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NUNCA DEGENERAR
O Espírito de um homem de bem, jamais volta à Terra animando o corpo de um
celerado. Não há condições de um Espírito retroceder em seus sentimentos;
ele sempre avança, esta é a lei do progresso, que é força de Deus. No
entanto, a alma de um celerado em uma reencarnação, pode, em outra, voltar
animando o corpo de um homem regenerado; basta arrepender-se e continuar
se esforçando, para não cair em faltas novamente.
A própria matéria em si não degenera, não muda para pior, a não ser na
forma, tudo cresce nos caminhos de Deus e a nossa maior alegria é essa, a
esperança que acode nossas venturas na aquisição das qualidades nobres que
conhecemos, bem como de outras que desabrocham na criatura renovada.
A marcha da evolução da própria civilização nos mostra o progresso em
tudo, e em todos os lugares, nos homens e mesmo na natureza. Analisando as
religiões, notaremos o quanto elas progrediram desde seus nascimentos.
Isso nos prova que tudo melhora, a fim de alcançar novos dias de glória. A
imortalidade é sempre a esperança de todas as criaturas.
A Doutrina dos Espíritos tem a missão de colocar o homem mais perto com o
mundo espiritual, treinando-o para uma constante comunicação, de sorte a
trocar experiência e abrir campo de trabalho em favor do bem-estar da
sociedade; para isso, usa a mediunidade como porta aberta para o diálogo
entre vivos e mortos. E, acima de todas as coisas, vem trazer novas
notícias da grandeza e do valor de Jesus Cristo sobre as nossas vidas,
como sendo Ele um sol que aquece as nossas almas em todas as jornadas
empreendidas. Ele faz-nos crer no valor da prece e do trabalho honrado, na
sublimidade da caridade e no respeito às leis naturais da vida.
Quem disse que o Evangelho de Jesus degenerou, esqueceu-se da misericórdia
do Mestre, que aceitou que a Boa Nova do reino fosse envolvida na letra,
uma vez que os homens, depois do quarto século, não tinham capacidade de
viver esse Evangelho verdadeiro, na condição em que ele foi escrito.
Jesus, por isso, prometeu, ainda em sua estada na Terra, que enviaria
outro Consolador, para fazer os homens crerem na grande esperança,
relembrando tudo que Ele tinha dito em Espírito e Verdade. Se não fosse
assim, se houvesse degeneração, o Mestre não falaria da vinda do
Consolador.
Não houve, tornamos a dizer, degeneração. O que houve foi uma espera, para
que essa humanidade criasse maturidade para entender o que foi dito pelo
Mestre há dois mil anos. O progresso se encarregaria de aprontar, de
educar os homens para esse grande evento, onde a felicidade pudesse não
mais figurar como uma utopia. Agora conhecemos o Evangelho na sua
plenitude, porém, não basta somente conhecer; é preciso vivenciar os seus
ensinamentos ou, pelo menos, se esforçar para essa vivência, para então
passarmos de Espíritos endurecidos, para seres conhecedores da verdade e
libertos da ignorância.
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