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AMOR UNIVERSAL
A doutrina da reencarnação não se afigura como destruidora dos laços de
família. Pelo contrário, ela, como lei que vigora em todos os mundos onde
os Espíritos reencarnam, alicerça a verdadeira fraternidade, por alimentar
o amor universal entre todas as criaturas.
Cultivar o amor somente entre os ancestrais, oferecer atenção somente
àqueles com os quais convivemos, amar só os nossos familiares a
consciência em Cristo nos diz que reforça o egoísmo e o próprio orgulho,
não só dos que nos acompanham como, igualmente, de toda uma raça.
A lei da reencarnação é divina por eliminar os limites de onde poderemos
viver. Negá-la é desconhecer Jesus, que nos pede para amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e acrescentamos: amar a
todos e a tudo, pois, se a criação vem de Deus, somos todos irmãos, na
graça e misericórdia do Senhor.
O princípio das vidas sucessivas nunca destrói os lares; ele os distende
ao infinito e se forma na Terra uma única família para que tenhamos
oportunidade de exercitar o amor; sem a reencarnação, não há condições de
se estender o amor além das fronteiras do lar. Mas, com o tempo, as almas
vão crescendo e percebendo, que precisam umas das outras, mesmo que se
encontrem distantes. Basta ao homem olhar o que come, o que usa e o que
não foi feito por suas próprias mãos nem pelos seus familiares e que, por
vezes, vieram de fora, de outras nações. Façamos como o ar e as águas, que
desconhecem barreiras de estados e nações, levando o conforto e a alegria
onde quer que seja. Imitemos o sol: a sua luz se divide, manifestando
saúde e doando vida onde pode alcançar para servir.
O conhecimento das vidas múltiplas destrói a importância exagerada que
dispensamos aos nossos parentes, porque pode nos levar a nascer em vários
lugares, percebendo, por intuição na recordação silenciosa, que a vida é
amor, aquele amor que não se transforma em exigências, que não se vende e
nem se compra, força criadora de harmonia e de paz, trabalhando no
soerguimento de todos os caídos, por prazer de servir.
A falsa idéia de sangue real é que faz muitos negarem a reencarnação. O
apego às heranças é embaraço para se crer que nascemos tantas vezes
quantas forem necessárias; contudo, Deus não nos pediu opinião para fazer
as leis que correspondem às nossas necessidades de despertamento
espiritual. Quem ainda não deseja entender a lei da reencarnação esteja
certo de que o tempo se encarregará dele e a escola das vidas sucessivas
ensinará que essa lei, como dogma divino, é para o seu próprio bem, porque
nos ajuda a entender e vivenciar o amor universal.
Trocamos os muitos corpos na nossa caminhada, para que possamos abolir o
carma, corrigindo erros e ampliando nossos conhecimentos sobre a vida que
continua em todas as direções do existir. Quem deseja ser livre haverá de
conhecer a verdade, assim nos diz Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus não
consulta a vaidade dos homens para formular leis no universo, repetimos.
Quem não pôde ainda conceber a lei da reencarnação, como bênção de Deus em
nosso favor, que medite sobre ela, que ore pedindo inspiração. O céu nunca
foi pobre de conhecimentos, principalmente no que tange à libertação dos
Espíritos. Para derrubar o passado, não basta alguns segundos de
arrependimento. O arrependimento na reforma interna, pelo amor e pela
caridade, pelo trabalho e pela compreensão. Tudo que possamos ver e
sentir, troca de formas periodicamente, porque a vida é movimento, sendo
que é a mesma luz divina que move as formas que cada vez mais ascendem
para a luz da verdade.
Quem nasce, renasce; esta é a lei.
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