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JUSTIÇA
Raros são os casos em que dois Espíritos tomam corpos com órgãos comuns.
Eles nascem ligados pela força da justiça divina, que tudo faz para a paz
das criaturas e usa de todos os meios para a devida reconciliação. Um dos
meios é esse em referência, dos Espíritos nascerem em corpos ligados, que
os obriga a respirarem juntos, a comerem juntos, a descansarem juntos e a
terem, por vezes, as mesmas idéias. O corpo, nesse caso, é mais do que uma
prisão; ele inspira idéias de renovação e, ainda, a assistência dos pais
ajuda esses Espíritos, pelo carinho que não falta, a sentirem a bondade de
Deus mesmo no arrocho das provas.
No caso mencionado pode haver afinidades de sentimentos, tanto do passado
quanto do presente, porém, nem sempre é assim. Podem ser Espíritos
inimigos, a quem os braços da carne faz esquecer as faltas, sendo que o
perdão é como que a chave que abre as portas da prisão biológica. Vejamos
o que diz Jesus:
"Deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com o teu
irmão; e, então, voltando, faz a tua oferta." (Mateus, 5:24).
Os Espíritos, no mundo espiritual, quando arrependidos do mal que fizeram,
oferecem tudo a Deus para se livrarem das agressões resultantes desse mal
a outrem. Deixar a oferta no altar do coração e ir primeiro reconciliar
com o irmão em caminho do despertamento, nesse caso, é trilhar o caminho
da carne, da família, enfim da humanidade, e depois voltar e fazer a
oferta com a consciência pura, sem que ela possa acusar o Espírito.
Em muitos casos, o mundo dos encarnados é palco de encontros aparentemente
indesejados, mas, que no fundo, são bênçãos de Deus que se libertam, dando
início à felicidade.
Isso tudo é força da justiça divina, operando em favor dos que sofrem e
choram as reações das ações praticadas.
Compete a cada criatura descobrir as suas possibilidades de moralização, e
fazer, a todos os momentos, cirurgias morais, tornando-se operários de
Jesus na casa de Deus. Se a solução dos problemas se encontra dentro de
nós mesmos, necessário se faz que não desertemos desses processos, porque
é dentro das lutas que alcançamos a paz.
Se não deseja viver com o inimigo frente a frente, em corpos ligados,
reconcilie-se com ele enquanto se encontra no mesmo roteiro. Jesus
recomendou que orássemos para os nossos adversários e caluniadores. Se o
mal não merece discussões, ampliemos as possibilidades do bem, deixando
que o amor cresça em nossos corações a irradiar para todas as criaturas
sem distinção. A justiça de Deus não erra o caminho, e ela somente veste a
roupagem da misericórdia quando entregamos as nossas mãos à caridade que
sempre salva. O fora da caridade não há salvação, do apóstolo Paulo em
Espírito, é uma verdade das verdades anunciadas pelo Evangelho, pois a
caridade é a luz que nos guia a todos, por ser filha dileta do amor.
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