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ESCOLHA POR AFINIDADE
Há também Espíritos que escolhem nascer em um reduto viciado por gostarem
do vício e sentirem necessidade de estar envolvidos nele. Nesses, o senso
moral ainda não tem desenvolvimento bastante para lhes mostrar que eles
devem se esforçar, no sentido de adquirir a decência nos caminhos que
percorrem.
Não há uma regra geral nas escolhas das provações, mas, todas elas nos
trazem lições, mais ou menos demoradas, que o tempo fica encarregado de
nos transmitir pelos processos da dor. As deduções que a razão nos
oferece, para escolher essa ou aquela provação, vêm impulsionadas pelos
nossos sentimentos, pelo tipo de escolha.
Os benfeitores espirituais nos conhecem, entretanto, na hora de conceder o
escolhido, o automatismo do sim ou do não é mais profundo do que se pensa.
Primeiramente, ele vem de Deus, porque todas as decisões partem d'Ele, o
Supremo Mandatário do Universo, e, por vezes, nasce no candidato, por
inspiração de alguém que o ajuda nas lutas de cada dia, como avalista da
riqueza da vida na carne que vai receber.
Os que escolhem tipos de provas para satisfazer suas paixões brutais, mais
cedo ou mais tarde, arrepender-se-ão das suas escolhas. Embora conhecendo
a inconveniência do caminho, Deus lhos concedeu como aprendizado, pois ao
descobri-los é que o Espírito permanecerá nos roteiros de luz.
Se já temos alguma luz de entendimento acerca das leis de Deus, que
regulam todas as coisas, não percamos tempo com o chamado mal; as ilusões
nos fazem sofrer, até que conheçamos a verdade. Ela é Deus de braços
abertos, pelos braços do Cristo, a nos convidar para a felicidade.
Devemos aprender com mais brevidade a ciência do bem viver, que ela é
porta de luz que nos mostra a paz de consciência. Se já sabemos escolher
melhores caminhos para o nosso bem-estar, trabalhemos na inspiração dos
outros. Que seja no silêncio, de modo que eles, pela sugestão dos nossos
exemplos e das nossas orações, possam encontrar mais depressa o Cristo no
próprio coração.
A criatura inteligente percebe, pelos seus próprios pensamentos, a que
classe de Espíritos pertence, na escala do progresso; basta analisar o que
só as idéias lhes mostram, o prazer que têm com tais ou quais atitudes.
Todos conhecemos o bem e o mal, por hereditariedade das leis que vibram
dentro de cada um. Se o homem tem prazer em viver no meio de
desequilibrados, é um deles. Por aí, analisemos as nossas atitudes,
certificando-nos do que somos, diante dos que nos buscam por sintonia.
Esforcemo-nos todos os dias no combate às más inclinações, e não
esmoreçamos nessa luta porque, se procurarmos Jesus para nos ajudar nas
lutas, venceremos a nós mesmos, ganhando a paz e aprendendo a amar em
todos os rumos da vida. Deus concede o que Lhe pedimos, quando acha
conveniente para o nosso despertamento espiritual. Às vezes, o atendimento
é demorado; isso não importa; importa é que abramos os olhos para a luz do
entendimento.
Não amaldiçoemos os que estão imersos no vício, nas paixões inferiores,
porque é no meio deles que o sofrimento os desperta para a reta
moralidade. Depois, eles passarão a buscar uma norma de proceder mais
eficiente, que o tempo lhes mostrará. Se queremos ajudar com mais
proveito, ajudemo-los com pouca teoria, mas, com muita vivência.
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