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AS PROVAS TÊM UM FIM?
O Espírito, em certas faixas evolutivas, passa por provas, por vezes
duras, com o objetivo de despertar ou aprimorar suas qualidades
espirituais, depositadas, em sua consciência, pelo Criador.
O progresso da alma tem um preço: a passagem pela porta estreita.
Em princípio, o homem abusa dos poderes que lhe foram concedidos, do ouro
que lhe foi entregue por empréstimo do Pai; da saúde que a vida lhe
ofertou, e a inferência disso são os sofrimentos de toda ordem, que vêm
lhe ensinar o roteiro mais proveitoso a trilhar.
Quando a lição é aprendida, cessa a necessidade da presença da dor, mestra
incomparável, que deixa o homem entregue a si mesmo, consciente dos seus
deveres. As provas, portanto, têm um fim, e quando o Espírito já não
necessita de passar por situações penosas, outros vêm a ser os seus
deveres, quando ele empregará os valores conquistados, com alegria, no seu
adiantamento e no progresso dos que se acham na retaguarda, assim como ele
mesmo recebe do Alto a assistência nos seus caminhos de redenção.
Tudo na vida progride. A própria dor, que no mundo material é quase
considerada como um fantasma apavorante, continua volatizada entre os
Espíritos elevados, em outra faixa, também evoluída e que dá prazer, como
deveres ante a Paternidade Universal.
As virtudes do Espírito têm cada uma sua expressão própria e com sua
ascensão elas ganham pureza cada vez mais sublimada, de modo a iluminarem
o Espírito em qualquer estágio em que ele se encontre.
Os motivos que fazem a criança chorar não são os mesmos que inquietam o
adulto.
A visão de Jesus em relação à sociedade humana era uma, e a da humanidade
em si era outra bem diferente. Foi por isso que Ele, em muitos casos,
falou por parábolas, deixando de dizer muitas coisas que os homens não
estavam preparados para ouvir.
As provas, se assim podemos chamá-las, para os benfeitores da humanidade,
consistem em levá-los a auxiliar no progresso, com paciência, com amor e
com energia, e sentem eles muita satisfação nessas lutas.
Cada vez que o Espírito muda de plano, alcançando mais um degrau na escala
espiritual, ele sente a necessidade de deveres diferentes, reclamando a
sua falta, pois sempre tem que lutar para se elevar.
Os Espíritos Superiores sentem alegria em amanhar o bem onde quer que
sejam chamados a servir e estão atentos à vontade de Deus, sob as vistas
do Divino Mestre.
As provas dolorosas são breves, as lutas não. O esforço próprio para
evoluir cada vez mais é, pois, eterno. Quando se encerra um ciclo
evolutivo, inicia-se outro, em dimensão diferente. Essa é a vida, dentro
da vida de Deus.
Os Espíritos que estão na Terra, se movendo em um corpo de carne, podem
avaliar suas atividades e notar a que grau pertencem na ascensão para a
libertação.
Conscientes do que precisamos, devemos trabalhar para nos melhorarmos
moralmente. Esse é o dever de todos nós, nos dois planos da vida.
Vale a pena trabalhar pelo bem, na lavoura íntima, e essa se reflete em
tudo o que fazemos, tornando-nos conhecidos pelas nossas obras.
No fim das provas brotará em nossa consciência a tranqüilidade
imperturbável.
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