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O PODER E O ESPÍRITO
O poder que um encarnado exerce na Terra não é garantia de que, no mundo
espiritual, quando de sua volta, ele conservará a sua condição de mando. A
notoriedade entre os encarnados pode ser ilusória, dependendo do modo pelo
qual ele comanda seus irmãos. Em muitos casos, os mandatários no mundo das
formas podem ser muito inferiores aos que lhes obedecem, quando no mundo
dos Espíritos.
Os Espíritos nos dão exemplos disso, nos próprios livros psicografados.
Quantas vezes encontramos servos que, depois do túmulo, passam a assistir,
por caridade, aos que foram seus senhores? Também pode ocorrer que
senhores na Terra continuem senhores no espaço, visto que o comando é
moral, e depois do túmulo permanecem dirigindo os que eram seus
comandados, por amor à causa do bem. Isso tudo depende da elevação moral
das criaturas.
Os pequenos serão elevados e os grandes rebaixados, quando os pequenos
assimilam e vivem a mensagem endereçada a eles pelo Cristo. Os grandes
líderes têm mais facilidade de errar, devido às suas posições, no entanto,
atendendo e escutando a voz do Senhor, poderão se elevar muito, pelas
muitas oportunidades de servir que guardam em suas mãos.
O Espírito elevado é qual o diamante: mesmo na lama, não perde seu brilho;
é a mesma pedra preciosa. O anjo irradia amor, mesmo em trabalho nos
umbrais. Jesus Cristo desceu ao mundo para acender luzes nos corações e
deixou milhares de Seus seguidores, no sentido de conservar acesas essas
claridades nos corações. À Doutrina dos Espíritos, igualmente, foi dada
essa missão de reavivar os valores do Evangelho em todas as nações e em
todas as criaturas, para que a Terra se torne um paraíso, onde os
Espíritos possam colher o seu plantio de paz e de luz.
Jesus convida a todos os homens, de todas as classes, para reverem os seus
feitos e, se for preciso, retificarem suas condutas na conduta d'Ele: se
comandados, procurarem cumprir seus deveres na pauta das leis; se
senhores, não se esquecerem das suas obrigações morais e não caírem nos
momentos de fraqueza, inspirados pelo orgulho e pelo egoísmo.
Todos somos filhos de Deus, com os mesmos direitos e deveres, de acordo
com o meio onde fomos chamados a servir. Se o homem está investido do
poder e da riqueza do mundo, em prova passageira, para que guardar
avaramente o seu ouro? E se amanhã o Senhor chamar a sua alma? O poder do
dinheiro deve circular, como as águas e o vento, em favor de todos.
Se o homem veio à Terra para ser comandado, em posição difícil como
serviçal, não deve se revoltar contra os que dirigirem; é preciso que se
arme de humildade para vencer a prova. Para que ajuntar nos celeiros da
consciência, o ódio, a inveja, a violência, a maldade, se amanhã o Senhor
poderá chamar a sua alma? Levará ele para o além-túmulo tudo o que ajuntou
nesse sentido. O rico deixa no mundo a riqueza e o poder, mas carregará
esses fardos de inferioridades por onde for. E eles pesam na consciência
fazendo o coração se cansar na arritmia da ignorância.
A supremacia que se tem no mundo dos Espíritos é aquela enraizada no amor
universal, de modo que a caridade ilumine as consciências. Os pequenos
podem ser elevados no mundo dos Espíritos e os grandes rebaixados, mas
lembremo-nos: pode acontecer o contrário. Depende do modo pelo qual o
coração oriente a vida.
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