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O SOLDADO E O GENERAL
O general de qualidades morais inatacáveis, ao encontrar com seus soldados
no mundo espiritual, pode continuar a orientá-los, para a verdadeira
guerra, que se trava no campo de batalha interno. Como no caso de Napoleão
Bonaparte, Espírito de alta esfera, que no mundo espiritual continua a
comandar os que queiram seguir seus conselhos na guerra consigo mesmo. Os
inimigos combatidos por ele no plano que habita são os inimigos internos,
muito piores que aqueles que pensamos ter nas lutas que travamos na Terra.
Por outro lado, o general de instintos inferiores, que tem prazer em
massacrar os prisioneiros, que se compraz em matar seus irmãos em lutas,
que usurpa os bens dos derrotados, que não olha as conseqüências das
guerras, sem procurar amenizar os distúrbios entre as famílias dos
falecidos nas batalhas, esse, em muitas ocasiões, ao passar para o mundo
dos Espíritos, pode estar bem abaixo dos seus comandados e precisar deles
para o guiarem, devido a sua cegueira no plano espiritual. É, pois,
rebaixado a soldado, ainda mais, de péssima categoria, porque o seu
orgulho o impede de receber melhores socorros.
O título nada vale quando não é bem compreendido; o que vigora é a força
moral, emblema divino que brilha como o sol no centro d'alma. As posições
são efêmeras, somente para marcar um ponto na disciplina do que obedece, e
servem para ele de educação, correspondendo à obediência. Quem obedece
ganha muito, se sabe obedecer.
Há muitos meios de se comandar sem desprezar o valor humano, e as forças
armadas têm muitos exemplos de grandes comandantes que conheciam o momento
da energia e a hora da ponderação, e mesmo da amizade. O mundo está
mudando, mesmo sem que certos homens percebam. A natureza é paciente, mas,
não pára, e está sempre aperfeiçoando os métodos de educação juntamente
com o saber.
Quando os homens notarem esse milagre do progresso moral, podem ajudar na
sua aceleração, de modo que os beneficiados serão eles mesmos em todas as
faixas de vida. Todos somos soldados de Deus; general, somente Cristo o é,
e Ele busca constantemente em Deus todo o Seu saber e força para nos
comandar.
O orgulho de vestir uma roupa diferente e ter estagiado em escolas
melhores não nos leva a nada, quando o coração esquece a caridade e o
amor. Todos somos iguais aos olhos do nosso Pai.
Os diferentes planos nos quais nos posicionamos, não nos conferem vaidade
nem prepotência e, sim, mais amor; aquele que mais amar, mostrará que é
superior aos que desconhecem a verdade.
Devemos ser generais de nós mesmos, lutando contra as nossas
inferioridades, porque quando deixamos as batalhas exteriores, começamos
as de dentro, que são bem mais difíceis de serem vencidas. As armas que
usamos conosco mesmos devem ser a disciplina dos nossos impulsos, a
correção das nossas faltas e, para com os outros, usemos o amor e a
benevolência, a caridade e o perdão. Quando todos conhecerem essa tática
sideral de iluminação, o mundo e a humanidade se confundirão nas
claridades de Deus, que usa sempre o Cristo para nos dizer:
Levantai e andai!
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