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ENCONTRO DOS IGUAIS
É comum que um Espírito mau, quando chega ao mundo espiritual, desperte
alegria entre seus iguais, no conjunto que o espera. Há no meio deles
certa amizade, porém, a qualquer coisa que não os agrade levam um
companheiro à tortura, sem piedade.
Eles desconhecem o perdão e o amor, e é por isso que se encontram em
estado de inferioridade. Por vezes, vão ao sacrifício pessoal para
defender seus companheiros de outros grupos perseguidores; vivem no espaço
em plena guerra, qual os homens lutando entre si por seus países. Entre
eles, a usura e o orgulho se destacam com o crescimento da razão,
impedindo a participação dos sentimentos do amor e da fraternidade, assim
como há muitas nações que sempre estão presentes nas calamidades públicas,
onde quer que ocorram, mas, sem os sentimentos da caridade, visando o
comércio e mesmo o domínio. Esperamos, entretanto, ser isso um exercício
que as leve ao verdadeiro sentimento do bem, como um começo do
despertamento espiritual.
Os iguais se congregam por lei da afinidade. Onde estiver o cadáver, aí se
ajuntarão os abutres. (Mateus, 24:28 e Lucas, 18:37). A relatividade se
expressa em toda parte, pois, há Espíritos inferiores que, ao
desencarnarem, logo ganham a razão e continuam sob a influência das suas
paixões desregradas, mesmo fora do corpo físico. Entre eles, há muitos que
já têm algum conhecimento científico e que se libertam com certa
facilidade do sono demorado, comum a certas almas doentes.
Observemos na Terra, quando se reúnem os marginais de todos os tipos:
existe um comando que os enquadra dentro de certas ordens a cumprir, e
quando algum se afasta das diretrizes ou discorda de partilha injusta,
eles o levam ao sacrifício, tirando-lhe a vida. Assim se processa no mundo
espiritual; onde se reúnem mais de dois Espíritos, necessário se faz que
tenham alguém a obedecer.
O descuido de organizações religiosas na parte moral da comunidade e
principalmente dos seus dirigentes é que atrai Espíritos daquele mesmo
nível de conduta, tornando o ambiente tisnado em ambiente degradante e
levando-o ao caos.
Quem dirige uma organização cristã não deve levar os outros a crerem
somente pelo falar, pois a teoria enfraquece os pilares mestres da casa de
assistência. A maior força de resistência espiritual é a vivência dos que
orientam as casas do bem comum.
Se o Evangelho está, nesses lugares, aberto como um convite a todos para a
mudança de vida, os primeiros que devem mudar são os que dirigem.
Lembremo-nos: onde se vê corvos voando, ali emana o mau cheiro. O
"Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, nos apresenta pelo
Espírito Paulo, uma frase que nos orienta sempre para a segurança da nossa
evolução:
“Fora da caridade não há salvação”
A benevolência é um gênio de infinitas possibilidades de servir, de amar e
de perdoar, no conserto de todos os povos e de cada criatura em
particular.
Fala-nos a Boa Nova de Jesus: acende a tua luz. A luz atrai luz, e as
trevas não ficam bem com as claridades do amor.
Quando nos aproximarmos de um grupo de Espíritos encarnados ou
desencarnados em conversação de assuntos inferiores, já sabemos a
qualidade de irmãos que ali se encontram, por afinidade. Esforcemo-nos
para dissuadir a nós mesmos, ampliando o bem e a pureza no pensar e falar
porque deste modo atrairemos para junto de nós almas do mesmo sentimento e
seremos felizes com a felicidade dos que nos cercam.
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