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LEMBRANÇAS
Duas pessoas, ao se encontrarem, encarnadas ou desencarnados, podem gerar
antipatia entre si, de modo que o ódio avance em seus sentimentos, dando
azo à guerra de pensamentos e, por vezes, até brigas que podem envolver os
familiares e amigos a eles achegados.
Isso, às vezes, não passa de lembranças do passado, quando o subconsciente
entrega ao consciente aquilo que trazia guardado, motivado por intrigas
que a vigilância esqueceu de rechaçar, por faltar a educação cristã.
Essas lembranças induzem ao afastamento um do outro, ou grupos de grupos.
Esse distúrbio é nascido do orgulho e do egoísmo, frutos da inferioridade
dos seres que desconhecem o amor.
Devemos inquirir os nossos guardados profundos, meditarmos de vez em
quando se não estão vazando para o nosso consciente lembranças
desagradáveis. Se encontrarmos alguma, vamos dar de mãos no trabalho do
esquecimento, desfazê-la com o perdão, para a conquista de amigos. Se eles
não desejarem a nossa amizade, devemos fazer a nossa parte, que é dever
dos que já conhecem o Cristo. Essas lembranças que inquietam nossas
consciências podem se dar, também, com Espíritos desencarnados. Os que
estão na carne sofrem com isso, tornando-se um princípio de obsessão. São
os inimigos fora do corpo, que podem atuar por tempo indeterminado,
dependendo do que está sendo atingido por vibrações pesadas. Eis aí o
momento da operação e da caridade, eis aí a hora do perdão, pedindo a Deus
nos ajude a fazer o bem de todos os lados, no conhecimento da verdade, a
fim de nos libertar dos inimigos invisíveis.
Mas o melhor é torná-los amigos, pelos meios que ensina a Doutrina
Espírita, revivendo Jesus. Afastar do inimigo não significa libertar-se
dele. Se, por acaso, o ambiente não for favorável à reatação de amizade,
oremos por ele, ou por eles, que Deus sabe como nos aproximar, no devido
tempo, em correspondência com os nossos esforços pelos canais do perdão e
da caridade.
Devemos desfazer todas as lembranças incompatíveis com o bem comum, e
alimentar as recordações de amor e de amizade, porque essas últimas são
segurança da paz e sustentação do amor.
Jesus é unidade. Ele é o Pastor de todo o rebanho e não deseja que ele se
divida, por simples egoísmo. A missão do Evangelho é tornar todas as
criaturas unidas, sob o signo do amor.
Ao se encontrar com alguém que conhece, onde quer que seja, deve o homem
estar disposto a lembrar-se dos feitos nobres, dele e dos outros, que essa
recordação o levará ao entendimento, ajudando-o no aprendizado e
estendendo-o à sabedoria das leis de Deus.
Comunguemos, pois, com todas as criaturas que queiram se libertar dos
entraves do mal e esplendor nas forças do bem, que em quaisquer esforços
nesse sentido mãos invisíveis ajudar-nos-ão a caminhar para a alegria
imortal e cristã.
Lembremo-nos do amor, e que ele se faz acompanhar da caridade.
Lembremo-nos do perdão, que sempre vem acompanhado da alegria.
Lembremo-nos da fraternidade, que traz a harmonia ao coração, e não
devemos nos esquecer de Jesus, pois Ele nos faz sentir acompanhados da
lembrança viva de Deus.
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