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AFEIÇÃO
A afeição que temos a outrem na Terra continua no mundo dos Espíritos,
quando fundamentada realmente no amor universal. Quando ela é física,
desaparece com a perda do corpo, não obstante, pode, por vezes, demorar-se
mais um pouco no Espírito, enquanto a animalidade durar, porque as paixões
inferiores ainda existem no plano extrafísico, quase como na Terra,
animando um corpo material. Entretanto, nunca têm durabilidade como o amor
fraternal, que permanece eternamente brilhando no coração das criaturas de
Deus.
O "amor" na Terra, principalmente entre as almas mais materializadas, é
revestido de egoísmo, de amor próprio, para satisfação pessoal. Ele se
encontra preso à bestialidade, nos distúrbios emocionais inferiores, sendo
que utiliza um canal, o sexo, pelas vias do qual se processa a
reencarnação, lei universal em todos os mundos habitados.
Analisando profundamente, a afeição de uma pessoa para outra nasce, na
maioria dos casos, do sexo; entretanto, quando essas pessoas se
espiritualizam, esse instinto se sublima, ganhando uma dimensão que escapa
à análise dos homens, mesmo os de ciência, e por vezes os espiritualistas.
No mundo espiritual há o sexo, e ele é praticado entre os inferiores qual
na Terra, mas, entre as almas puras, ele se torna Amor, troca de energias
divinas capazes de sustentar os seus instrumentos em todos os cambiantes
do trabalho e, ainda mais, esse repasse de forças fá-los sentir uma
indizível felicidade de viver; não existe, porém, apego entre Espíritos
puros.
Pode existir afeição mútua mesmo nos planos superiores do Espírito, sem
que o ciúme perturbe os sentimentos. Essa união é consagrada em favor dos
que sofrem, em todos os lugares que a vida os chamar para servir.
A verdadeira simpatia nunca acaba; ela atravessa o túmulo com mais fulgor,
forma laços de união divina para estender os ensinamentos de Jesus em
todos os corações. Compreendamos, pois, a necessidade de nos unirmos para
o bem comum, porque não fomos feitos separados. A obra de Deus é unificada
em Seu amor.
Esperamos, e isso deve acontecer brevemente, que o Evangelho seja
conhecido em todas as nações, mas não somente conhecido, porém, vivido
pelos corações estagiados na Terra. Aí o amor, o amor verdadeiro,
transformará o planeta em paraíso, onde não existirão os instintos
inferiores, e as paixões certamente cederão lugar ao verdadeiro amor,
aquele pregado e vivido por Jesus.
Quem sabe estender ao próximo a sua afeição sem especular e sem
exigências, está começando o plantio da sua própria felicidade, e é, mesmo
como encarnado, que se deve iniciar essa lavoura, para que se possa
colher, em Espírito, os frutos dos esforços empregados no mundo físico.
Trabalhemos no bem, onde quer que seja, que esse bem nos defenderá em
todas as investidas do mal, que por vezes nos atacarão. As sementes de luz
são mais salientes na nossa consciência, a nos dizer que devemos
prosseguir, estendendo o amor e acendendo a chama da fraternidade.
A coisa mais linda do mundo espiritual, para os que chegam, é o afeto dos
que o esperam, é a força da simpatia dos amigos que receberam igualmente
amor dos que antes deles chegaram e, ao intercruzarem os sentimentos, há
uma profusão de luzes, onde a vida promete um reino maior de trabalho com
mais segurança, na certeza de que o Cristo nasceu na manjedoura dos
corações que amam sinceramente.
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