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RECONHECIMENTO DOS RESTOS MORTAIS
O Espírito, depois de desencarnado, que tenha certa elevação espiritual,
pode reconhecer os seus restos mortais, quando acha que é de utilidade
fazê-lo, como também seus pertences, quando no mundo físico. Mas, nem
sempre ele faz esse reconhecimento.
Os encarnados pertencentes às velhas religiões costumam fazer culto aos
pertences dos que já partiram para o mundo dos Espíritos. A ignorância
desperdiça o tempo que deveria ser aproveitado nas sendas do aprendizado.
A Doutrina dos Espíritos, como revivescência do Cristo junto à humanidade,
vem libertar o ser dessas paixões inferiores e desses zelos improfícuos
com as coisas da Terra.
Jesus ensinou: Deixa aos mortos o trabalho de enterrar os seus mortos.
Os vivos ocupar-se-ão das coisas vivas. Para que cultuar a matéria, sendo
que podemos viver em Espírito e verdade? O Evangelho nos mostra todas as
virtudes que devemos despertar em nós, como talentos divinos, para a nossa
sublime ascensão. Vamos nos lembrar do amor, fazendo dele uma fonte onde a
nossa sede seja saciada.
O passado só nos é útil quando pode nos despertar para a grandeza do
futuro. A vida, sabemos, é pleno condicionamento das coisas pelas quais
nos interessamos; se nos condicionarmos à tristeza vamos viver nela; assim
também acontece com todas as más qualidades e vícios mentais. Se não
gostamos do sofrimento, aprendamos com Jesus a viver em busca da
felicidade. Somos todos soldados do Cristo, que devemos ouvir e seguir Seu
comando, que é o mesmo de Deus.
Reviver o que já passou é paralisar, pela pertinácia no ambiente que não
nos serve. Somente devemos rememorar as lições do Cristo. Ele é sempre a
luz, que nos entrega lições diferentes todos os dias, porque estamos em
ascensão. E a Doutrina dos Espíritos revive o Mestre na altura dos
conhecimentos dos novos aprendizes.
O progresso é força de Deus acionando a própria vida. Jesus nos recomenda,
quando transformou os dez mandamentos em apenas dois, para amarmos a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. As vestes materiais
e os pertences que nos servem no mundo físico, ficam sob o zelo do tempo,
porque o Espírito não pode manifestar-se no mundo sem a matéria, e essa
precisa mais de nós, para ascender, se lhes aumentarmos mais vida. Quem
ama Deus e o próximo, ama tudo na dimensão que lhe é própria.
Precisamos conhecer a verdade, porque ela nos faz livres da ignorância.
Comecemos hoje mesmo a praticar o desprendimento das coisas Imprestáveis
para a evolução. Coloquemo-nos nos devidos lugares, que desse modo veremos
fluir do coração uma alegria diferente, em forma de esperança, que enxerga
e sente a felicidade.
Se não existe a felicidade no mundo exterior, ela se encontra no mundo
interior de cada alma. Não vamos para os céus todos de uma vez o trabalho
de aquisição é individual, mas, no trabalho em conjunto, a maturidade
obedece a uma seqüência, de modo a respeitar as leis que regem a vida, por
bênção e amor de Deus para conosco.
As coisas terrenas têm muito valor, mas nos lugares que devem servir. Como
Espíritos, devemos considerar as coisas relativas ao Espírito. Ao cabo de
algum tempo, a humanidade passará a reconhecer essas verdades e o mundo em
que vives, por bondade de Deus, transformar-se-á, pela transformação dos
que nele vivem.
Ao Espiritismo cabe essa tarefa de despertar os homens em todos os
sentidos para a luz da educação e do conhecimento da verdade. E nessa
plenitude não precisaremos mais recordar o passado, mas visualizar o
futuro com mais amplitude, para nos engrandecer.
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