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FELICIDADE NA TERRA
A felicidade completa na Terra não existe. Quando alguma alma se encontra
feliz com as inferioridades do plano físico, é prova de que está apegado
às paixões humanas, que são transitórias e, além disso, elas nos trazem
reações que nos fazem sofrer, por serem inferiores. Essa alegria é, pois,
mesclada de aborrecimentos.
A verdadeira felicidade, aquela agradável ao coração no reino da
eternidade, se encontra em primeiro lugar na consciência imperturbável,
como nos planos superiores do Espírito imortal. O desprendimento dos gozos
terrenos ser-nos-á difícil. Somente a maturidade pode nos oferecer esse
estado d’alma. Maturidade é sinônimo de tempo, de esforço próprio no clima
do amor puro no coração, de modo que a caridade nos abra caminhos para
grandes entendimentos espirituais.
Jesus Cristo veio oferecer a chave, a fim de podermos abrir as portas da
esperança, na visão interna da felicidade. O Seu Evangelho é um convite
para tal prêmio, se a ele fizermos jus pela vivência dos preceitos divinos
da Boa Nova do Reino.
Aquele que desacredita da felicidade eterna, e se agarra aos prazeres do
mundo em que estagia, depois do fenômeno chamado morte não avança um passo
rumo ao seu bem-estar; fica, como Espírito, agarrado onde seu coração se
encontra preso, pelos seus apegos às coisas sem importância para a alma.
Fomos todos criados para a alegria pura, e na Terra existem frações desse
contentamento, mostrando ao homem de bem que existe a verdadeira alegria
no reino do coração. Jesus já dizia com propriedade: “O céu está dentro de
vós.” E verdadeiramente a felicidade eterna se encontra no reino interno
da alma; basta, para isso, que saibamos buscar esse ambiente de luz, na
luz do Espírito. Enquanto a humanidade faz todos os tipos de esforços para
buscar a paz por fora, usando métodos extravagantes, de compras e trocas,
o Mestre dos mestres nos mostra que ela não se compra com o ouro da Terra,
nem se vende pelo metal físico, mas, que se conquista através do tempo e
da boa vontade, palmilhando nos caminhos que Jesus nos ensinou.
O favônio, no ambiente de luz dos sentimentos, é força soberana que nos
liberta e nos faz sentir Deus no nosso mundo interior. Tudo que está em
cima, se encontra embaixo; tudo que se acha no exterior, existe no
interior de cada criatura. O Céu e Deus esplendem nos corações dos santos
e dos sábios.
Somente os Espíritos inferiores sentem saudades dos gozos terrenos, Os que
se desprenderam dos bens perecíveis da Terra, já passam a viver algo da
felicidade do céu, dentro e fora de si. Todos os tipos de sofrimentos,
expiações e provas são comandadas pela desarmonia mental, onde o coração
não bate no ritmo do amor. Sobre os grandes seres que sofreram, sob o
ponto de vista dos homens, não quer dizer que verdadeiramente sofreram,
quais os homens inferiores. A dor, nesse caso, se encontra em outra
dimensão.
Precisamos estudar mais o que entendemos por sofrimento de Jesus, porque o
próprio “Livro dos Espíritos” nos fala que a alma pura tem a consciência
imperturbável.
Preparemo-nos, pois, enquanto estivermos na Terra, revestidos de um corpo
de carne, de modo que, ao atravessarmos o túmulo, não nos acompanhem as
paixões-inferiores que ainda vibram entre os homens.
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