FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME VII

 

Questão 317 comentada

CAPÍTULO 11

0317/LE

AMOR À PÁTRIA

 

Os Espíritos que conservam o amor à pátria depois do túmulo, são aqueles que não conseguem sentir o amor no coração de maneira universal. O conceito de pátria para o Espírito puro é o universo, toda a criação de Deus. Sabe-se lá quantas pátrias já lhe serviram de berço? Quantos pais e mães, irmãos e parentes não terá tido?

O amor deve ser aquele ensinado por Jesus, sem barreiras, de sorte a abranger toda a humanidade encarnada e desencarnada. Mas, que seja o amor a Deus sobre todas as coisas.

O ignorante é que briga, mata, em defesa da sua Terra. Quanto sangue é derramado neste sentido! Quantos sofrimentos ele não causa nas famílias, por pais e filhos que morrem nas linhas de frente, por causa de orgulho e egoísmo dos que não sabem onde estão sendo travadas as batalhas! A luta que devemos travar todos os dias é com as nossas imperfeições e procurar vencer a nós mesmos. Por que brigar por causa de um pedaço de terra, sendo que não levamos para o além as coisas exteriores? Devemos, sim, amar nossa pátria, como amar as outras pátrias, amar tudo que existe, em relação às necessidades desse amor.

Francisco de Assis foi um exemplo desse amor, quando chamava tudo e todos de irmão, pois, foi Deus quem fez todas as coisas. O amor, como virtude divina por excelência, não pode ser regional, mas transformar-se em fraternidade universal, acolhendo todos os povos para o seu ninho de amor, e fazendo viver tudo na pulsação do Divino Doador da vida. Essa pergunta traz um comentário inteligente de Allan Kardec, que todos devem ler, sem que haja análise da nossa parte.

O sábio é um homem universal, pode-se dizer, sem pátria definida, como o santo e o místico. O homem puro de coração vive no eterno, respira dentro de Deus e assimila as grandes verdades por intuição divina. O amor à pátria relaciona o mesmo amor a família que Jesus fala no evangelho: O meu pai, a minha mãe e irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus. Certamente que temos compromissos quando encarnados, com a família e com a pátria, com os trabalhos e mesmo com grupos de almas que compartilhamos e que nos acompanham, mas, acima de tudo isso, é amar Deus, que significa amar tudo o que Ele fez, com o amor que Jesus nos ensinou e viveu.

O amor à pátria e o nosso dever para com ela, de ajudar o progresso onde estagiamos, não é expresso pelo matar para defendê-la; ajudar a pátria é ser honesto nas leis que regulam a sua economia, sem negar o nosso dever como filho da nação à qual pertencemos. Estamos a caminho do amor universal. O tempo está começando a nos falar na linguagem dos fatos. Esperemos!

A maioria dos Espíritos desencarnados que circulam no planeta são Espíritos que alimentam paixões inferiores, são almas que brigam e inspiram os homens para tal pensamento belicoso, no sentido de defender a pátria, sem mesmo raciocinar que uma pátria não pode viver sem a cooperação da outra, é todas de Deus. Quando todas as nações se unirem, no verdadeiro clima da fraternidade, quando o amor puro inspirar todas as criaturas no comando das pátrias, o mundo passará a ser reflexo do céu, e os homens respirarão o clima dos anjos.

 

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