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VISITAS AOS TÚMULOS
As visitas aos túmulos são manifestações exteriores, herdadas do
primitivismo religioso das raças e culturas, para a veneração a ancestrais
e entes queridos que, à medida que a conscientização da imortalidade do
Espírito e a reencarnação se consolidam, pelo impositivo da razão, vão
caindo em desuso. Velhos credos continuarão a sofrer modificações, e até
mesmo caindo no esquecimento, pela força da lógica e do progresso, ainda
que nos dias atuais muitos sintam necessidade de se postarem diante das
edificações de mármore e alvenaria, para se sentirem mais próximos
daqueles que já partiram para a Pátria Verdadeira. É o estágio em que se
posicionam.
A natureza é excelente selecionadora, reunindo as pessoas do mesmo quilate
espiritual e, guardadas as exceções nos casos de Espíritos mais
esclarecidos, os choros e apegos sempre levam lembranças e sofrimentos à
alma que regressou.
Na verdade, as lembranças proveitosas e úteis aos que se foram serão
melhores cultivadas através das boas ações; a visita a enfermos e a
encarcerados, a distribuição de alimentos e roupas aos necessitados, em
nome dos que partiram, os mantê-los-ão envolvidos em vibrações benfazejas,
favorecendo-os de alguma maneira, na condição em que se encontrarem. Já
dizia o Mestre: “deixai os mortos enterrarem seus mortos”.
Neste assunto, destacamos a importância do Culto do Evangelho no Lar. A
sua prática muda o clima espiritual do lar, de modo que os benfeitores
passam a visitar com constância o ambiente evangelizado, e nele agrupar
Espíritos necessitados ou esclarecidos, sofredores ou colaboradores e,
entre eles, por que não os familiares e entes queridos que, “passando”
pelo túmulo, regressaram à Vida Maior?
Orações são feitas para os mortos em templos, casas “santificadas”, muitas
vezes como “ato santo”. Não obstante, elas não salvam qualquer pessoa. O
que salva, realmente, nos ensina com lógica o Evangelho Segundo O
Espiritismo, é a prática da Caridade. Porém, a oração nos encaminha para
essa dama de luz que nos mostra o rumo da felicidade interna.
Quem ora com Jesus sente o dever espiritual para com Deus e o próximo.
Muitos dizem que não devemos mudar o ato de levar flores aos túmulos,
porque muitas famílias vivem disso. Isso é uma desculpa nascida igualmente
da ignorância. Quantas famílias vivem de roubos, de assaltos e mesmo da
morte de muitos? Devemos igualmente concordar, porque os fora-da-lei usam
o produto do erro para alimentar seus filhos?
Para clarificar a alma devemos lutar, e mesmo sofrer de todas as formas
possíveis, mas sempre no dever, na honra e na honestidade. As coisas
externas não servem para acender luzes nos Espíritos. Os rituais, os
cultos exteriores e mesmos as reuniões espíritas, pouco valerão, se as
criaturas não mudarem interiormente.
Somente se salva da ignorância quem procurar viver os preceitos do
Evangelho, deixando nascer o Cristo no coração, na santificação da
caridade.
Jesus, ao deixar vazio o túmulo, visitando os companheiros de apostolado e
os estimulando nas várias tarefas, definiu qual deve ser a nossa postura
no que se refere a homenagens aos que já partiram: onde estivermos
buscando estender a mão àqueles que sofrem, eles estarão conosco, sob a
assistência amorosa do Mestre.
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