FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME VII

 

Questão 324 comentada

CAPÍTULO 18

0324/LE

ESTÁTUAS

 

Erigir estátuas dos que partiram para o além, buscando perpetuar-lhes a memória para a posteridade, tem sido uma preocupação entre os homens.

Embora tenha sido considerável o contributo para com a História, sabemos que, em muitos casos, tem havido interesses de várias ordens, sendo que o orgulho e a vaidade têm sido o móvel dessa prática.

A participação ou o prazer que possam sentir os homenageados está na condição evolutiva de cada um. Tratando-se de um Espírito elevado, nem sempre comparece à homenagem que lhe é prestada, salvo nos casos em que, comparecendo ou participando, possa ser útil, inspirando ou intuindo os encarnados para tarefas ou práticas enobrecedoras, que possam gerar benefícios a alguém em particular, ou a muitos, de forma generalizada.

Seria bom lembrar que, se os recursos dispendidos com estátuas e homenagens fossem canalizados para áreas prioritárias para a evolução do homem, provavelmente a indigência de variada ordem seria menor.

Jesus, quando exortava seus discípulos quanto ao ide e pregai, recomendava-lhes que não levassem prata nem ouro. Aos que pretendiam segui-Lo, ensinava que deveriam despojar-se dos bens materiais, distribuindo tudo entre os pobres e, depois, o seguissem.

A renúncia, tão bem entendida pelos verdadeiros seguidores do Cristo, indispensável para se edificar e consolidar a paz na Terra e nos corações, é que está faltando nos dias que correm. Necessário refinar nossos conceitos, em se falando de amor ao próximo. Muito se fala nesse sentido, congressos são abertos sobre o tema “fraternidade”, porém, é imperioso intensificar a vivência dessas virtudes.

Os postos de destaque e de autoridade são de grande valia, quando exercidos em benefício da humanidade. Aqueles a quem somente o ouro e o poder atraem, divorciados do bem-estar comum, já vivem como estátuas, quando encarnados.

É comum que Espíritos de escol lamentem as homenagens a eles prestadas, identificando nelas a hipocrisia e a falsidade de sentimentos relevantes.

Na fala de Jesus a Paulo: - “Fale e não se cale”, fica evidenciado que o Apóstolo dos gentios reunia conhecimento e condições suficientes para consolidar a implantação do Evangelho na Terra em base sólida. Sem a pretensão de impor os nossos conceitos a ninguém, mas de expor a verdade para os que já se encontram amadurecidos espiritualmente, é que, quando encontramos abertura, “falamos e não nos calamos”, para que a conscientização apresse os homens em compreender Jesus e em vivenciar os Seus ensinamentos.

A felicidade nos acena com urgência de confortar nossos corações, todavia, ela espera a nossa parte, porque Deus e Cristo já demonstraram o que fizeram e fazem por nós.

 

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