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INFERIORIDADE MORAL
Os Espíritos elevados são despojados de todo tipo de apego, que constitui
limitação moral da alma.
Muitos e muitos Espíritos encarnados, quando percebem a aproximação da
desencarnação, desejam que seus corpos sejam enterrados em tal ou qual
lugar, principalmente onde nasceram. Isso caracteriza a condição
espiritual de quem se aproxima do túmulo. O corpo é corpo e não retém o
Espírito junto a si. Depois que esse deixa a veste física, ele volta para
o meio de onde veio, a mãe natureza, e vai servir em outras áreas como
manda o progresso.
Quanto a reunir todos os restos mortais de uma família em determinado
lugar, é inspiração do amor limitado dos que lhes foram entes queridos.
Convém notar que esse gesto não interfere na evolução do Espírito imortal.
São laços que estão ligados aos velhos costumes, que é preciso sejam
desatados por novas filosofias. A verdade, disse Jesus, liberta. Devemos
todos conhecê-la, para nos tornarmos livres.
O Espírito elevado sabe que os Espíritos que lhe foram antepassados não
estão ligados aos restos mortais nem moram em cemitérios. Para que
inspirar os encarnados para ajuntarem os ossos de todos os
familiares que passaram para o mundo dos Espíritos? Trasladar simplesmente
ossos de um lugar para outro nada significa para o sossego dos Espíritos
que foram ocupantes daqueles corpos, que necessitam, acima de tudo, de
harmonia espiritual.
Pela lei da reencarnação, sabemos que um Espírito já usou muitos corpos.
Certamente que, se esse fosse o caminho para a sua felicidade, justo seria
reunir todos eles em um só lugar.
O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, veio para ajudar os homens e
os próprios Espíritos desencarnados na educação espiritual. As suas
mensagens, quando inspiradas no Cristo, despertam a alma para a luz de
todos os entendimentos, de maneira que encontramos o que procuramos dentro
de nós. Jesus já falava que o céu está dentro de nós.
Verdadeiramente, a nossa felicidade é interna, porque é no mundo íntimo
que construímos a nossa paz eterna, aquela onde não falta o trabalho com
amor. Os nossos sentimentos, para que sejam nobres, na nobreza do amor,
haverão de ter analogia com os sentimentos do Mestre Jesus, e a similitude
com o Evangelho. Dessa maneira, o Espírito começa a mostrar a sua
liberdade sem negar e esquecer seus deveres para com a sua própria
consciência.
Quando falamos que o Espírito não sente felicidade quando os encarnados
fazem tudo para ajuntar os restos mortais, tratamos de Espíritos elevados,
que não atribuem importância maior ao fato, pois o seu amor é universal.
Somos filhos do mesmo Deus e irmãos uns dos outros, na plenitude do amor.
Aqueles que vivem de recordações ficam paralisados no tempo e no espaço. A
canção que diz que “recordar é viver” não esclarece que depende do que
recordarmos. Recordar as idéias luminosas dos grandes astros que passaram
pela Terra nos faz bem, assim como se copiamos seus grandes feitos. Não
podemos ignorar que o apego aos bens materiais e aos restos mortais de
parentes e amigos é inferioridade moral. Livremo-nos disso o quanto antes,
para que possamos subir mais um degrau na escala espiritual e ter olhos
para ver e sentir as leis que dirigem e orientam todos.
Repetir Jesus é muito bom para nós. Vejamos o que Ele nos disse, com toda
a propriedade moral: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
si mesmo. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos
(Mateus, 22 a 40). O resto vem por acréscimo de misericórdia.
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