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HONRAS ILUSÓRIAS
O Espírito que se encontra em homogeneidade com o ideal cristão está livre
das ilusões mundanas, e as honrarias que lhe são prestadas na Terra são
apenas de interesse pessoal dos que lhe sobrevivem.
Quase sempre ele se desliga deste tipo de chamamento, embora possa
sentir-se feliz com a sinceridade de algumas homenagens, ou quando estas
possam redundar em benefício à coletividade ou favorecer o progresso das
criaturas, sejam elas ou não, amigos e familiares. Por vezes, deixa de
participar das homenagens em sua honra para atender chamados e ir ao
encontro dos corações sofredores. É como se fosse o óbulo da viúva.
O amor fala muito mais alto do que todas as honrarias prestadas como
recordação do que o Espírito fez no mundo, quando encarnado, o que para
ele não passa de simples dever para com a consciência. O seu ideal é
conduzir corações, onde quer que seja, para o chamado do Cristo de Deus,
na volta do homem para dentro dele mesmo, aparando as arestas que conotem
imperfeição ou equívoco de ordem comportamental e dirimindo as dúvidas
acerca da vida eterna, na caminhada da alma no mundo espiritual.
Assim, as honrarias do mundo são tempo perdido para as almas de escol.
Somente os Espíritos inferiores com elas se comprazem e inspiram outros a
acompanhá-los nessas práticas.
Se para o Espírito encarnado, já razoavelmente evoluído, as
estátuas e monumentos em louvor dos mortos possam ter o seu valor
histórico ou cultural para a posteridade, para o desencarnado não têm o
mínimo valor. Permitimo-nos até afirmar que certas homenagens, se não
efetivadas, teriam evitado muita perturbação espiritual para muitos.
Além disso, os recursos despendidos com essas homenagens, se canalizados
para as áreas prioritárias de necessidades, teriam favorecido a muitos que
passam por toda espécie de provações.
Lamentavelmente, ainda estamos no tempo em que homens públicos,
governantes e detentores de poderes vários esbanjam vultosas somas com
homenagens e estátuas, em detrimento da indigência generalizada,
esquecendo-se deliberadamente de investir no ser humano, favorecendo seu
progresso, em todos os sentidos. Sem dúvida, serão penalizados por isso.
É certo que os que estão inseridos nos quadros de sofrimento passam por
provações necessárias, o que não invalida, todavia, o dever de os mais
fortes auxiliarem os mais fracos. E da prática sincera desse dever é que
surgirá, inevitavelmente, a real igualdade social entre os homens.
O empenho para que o Evangelho do Cristo demore a circular no mundo, é o
medo dos poderosos, dos detentores dos bens terrenos e materiais, de
perderem suas propriedades em favor dos que sofrem. Contudo, com a vinda
de Jesus à Terra, para os que sofrem todos os tipos de infortúnios, a
perspectiva é de suavização dos jugos e de que seus fardos se tornarão
mais leves. E o Cristianismo alevanta-se como a realidade do presente e
para o futuro.
Sem Jesus, qualquer idéia de igualdade social se torna inadequada para a
humanidade, mesmo que traga na sua essência convicções, pois os próprios
homens tendem a mudar as idéias de acordo com seus sentimentos.
O Evangelho há de ser a Carta Magna de todas as nações do mundo, onde
todos os homens de bem hão de se inspirar para seus projetos com vistas
para o futuro, sem se preocuparem com honrarias ilusórias.
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