FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME VII

 

Questão 341 comentada

CAPÍTULO 35

0341/LE

INQUIETAÇÃO DA ALMA

 

A ansiedade da alma no momento da reencarnação geralmente é enorme. Ela não tem certeza da sua vitória nas lutas que se destinou a travar, contudo, se o Espírito tem fé em Deus e conhece os ensinamentos de Jesus, a força da confiança ir-lhe-á garantir a esperança.

Bem sabemos o que passa o Espírito reencarnado com a prova de ser um hanseniano que, em muitos casos, é abandonado pelos próprios familiares. É muito duro o desprezo, e esse desprezo avança e atinge a sociedade. Mesmo nos dias atuais, quando a medicina oficial os está liberando para que convivam com a família, ainda falta o exemplo de irmãos desses que sofrem na carne um passado drenador, que derrama no corpo as vibrações criadas por eles mesmos em eras remotas.

Onde nos encontrarmos, façamos o que pudermos pela educação de nós mesmos. Procuremos cortar as arestas daquilo que nos levou aos desatinos no passado, porque é nesse esforço de melhorar que iremos nos renovando pelo bem e salvando-nos pela caridade. Não aumentemos o nosso jugo nem façamos pesado o nosso fardo. As inquietações do Espírito para reencarnar, as ansiedades no momento de entrar na carne, bem como, também, para deixar o corpo físico, é ignorância da vida espiritual e falta de maturidade da alma na posição em que se encontra.

Um homem que pretende levar um peso a determinado lugar, quando não o suporta, divide o fardo para levar de duas ou três vezes. Assim também é a alma ao descer para o mundo físico com um corpo: se ela não suporta as provações que escolheu ou que lhe foram impostas, ela as divide para outras vezes, qual faz o viajor comum na Terra.

Falamos do Espírito mediano, e essa escala é muito grande, mas, quando se trata de Espírito missionário, esse a tudo suporta tanto dentro da carne como fora dela, tanto pisando nas lutas com os homens, quanto no mundo dos Espíritos em missões nas trevas. O sofrimento, para esses Espíritos de escol, representa forças novas para seus caminhos. E o que o Cristo deseja dos Seus discípulos novos nos caminhos do mundo: que eles se fortaleçam na fé renovada, mostrada pela Doutrina dos Espíritos, e nela bebam a água da vida, para a vida com Deus.

Pensemos na fé, estudemos todos os meios lícitos para conquistá-la, meditemos o quanto for necessário na arregimentação dessa confiança, na certeza de que a fé que pode encarar face a face a razão nos leva à esperança divina, no sentido de que a nossa presença, onde quer que estejamos, seja motivo de glória e de alegria, pela vida que levamos e no estímulo aos outros, para viver em paz.

Não nos inquietemos com os problemas que deverão surgir como teste do que já aprendemos; se acompanhamos o Cristo, os caminhos são tortuosos, cheios de espinhos, porém são eles que irão nos mostrar o que já aprendemos, na nossa renovação interior.

Aqueles que ainda não despertaram para o Culto do Evangelho no Lar, que o façam o mais urgente possível, que ele lhes dará os meios de compreender, junto a família, o valor da solidariedade, da compreensão do amor em conjunto e da paz, para que venham a viver cada dia o que Jesus ensinou em três anos de lutas, compreendendo e amando as criaturas que O perseguiam e até mesmo O expulsaram pelas vias de uma cruz. Entretanto, Ele venceu a humanidade, Ele venceu o mal, amando sempre os Seus perseguidores que hoje, quase todos, se encontram na falange de amor, sofrendo e amando como Ele, a todos os retardatários.

A vida é avanço, a vida é amor. Amemos e prossigamos, que seremos um daqueles que, imitando o Cristo, tomam-se um sol nos caminhos de muitos.

 

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