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USO DAS FACULDADES
O uso das faculdades com que Deus dotou o Espírito influi muito na sua
vida depois da morte; são as nossas ações que nos abrem ou fecham os
caminhos, direcionando a nossa libertação ou prisão. É nesta assertiva que
o Espiritismo vem acordar os que dormem e instruir os ignorantes, de modo
a saber fazer uso de sua mediunidade em todos os rumos.
Diz o Evangelho: “Daí de graça, o que de graça recebestes”. As faculdades
espirituais todos as temos e recebemos de Deus por misericórdia, de graça;
portanto, devemos usá-las em benefício do nosso próximo, sem pensarmos em
recompensa. Não consta no Evangelho, que Jesus recebeu alguma coisa pelas
curas que fez, que foram milhares. Ele, o Doador Divino, ainda ensinava a
Seus discípulos que se alguém lhes tomasse a túnica, que deveriam dar
também a capa, e a quem lhes pedisse alguma coisa emprestada, não deveria
ser cobrada. Àqueles que pretendiam ser Seus seguidores, dizia: “Dai tudo
que tendes e segui-me”.
O médium que deseja cobrar pelo seu trabalho não é digno do salário
divino, porque já recebeu a sua recompensa. A caridade, para ser real,
nada pode exigir em troca. A verdadeira caridade tem como caminho certo o
amor. Compete a todos os trabalhadores do Evangelho, na sua área, fazer
desaparecer o comércio para surgir a fraternidade.
Usemos as nossas faculdades onde quer que seja, sem especular condições.
Se procurarmos vender os dons, eles poderão trazer aflições para as nossas
estradas para o além. O ajuste de contas com a consciência é bem difícil,
porque dentro dela está instalada a justiça. Ninguém engana a ninguém,
quanto mais a si mesmo. A mente registra tudo que faz no ambiente do
coração e nos fluidos sensíveis do éter cósmico, que é o hálito de Deus.
Aquele que veio ao mundo com o dom da mediunidade, deve analisar bem o que
vai fazer dela. Os campos são abertos para o trabalho. Procuremos Jesus em
todos os nossos serviços que estamos a fazer, pois sem o Mestre dos
mestres poderemos nos perder. Confiemos em Deus e em nós, e depois façamos
alguma coisa para melhorar porque, sem o esforço próprio e a auto-educação
todos os dias, como conquistar a paz? A paz de consciência tem um preço: o
amor e a caridade.
Não devemos esconder os talentos recebidos: eles são dons divinos. Se
viemos chorando da espiritualidade, devemos voltar sorrindo, como um
completista. Quem cumpre seus deveres, tem a paz como vitória e a luz como
ouro de Deus para o seu coração. Mesmo que sofra no mundo da carne, não
esmoreça: busque o melhor, esforçando-se para melhorar, que as mãos de
Jesus ampará-lo-ão na subida do calvário. Em atravessando o túmulo, a sua
consciência iluminar-se-á como a dizer, repetindo Paulo: “O Cristo em mim
é motivo de glória”.
Quando o Cristo nascer nos corações, o reino dos céus estará a palpitar em
toda a humanidade e a Terra iluminada, como uma estrela de primeira
grandeza. Falamos do Evangelho, anunciamos a Boa Nova de Jesus, e por
vezes damos a própria vida por ela, mas, se não passarmos à vivência desse
Evangelho, pouco valerão os nossos esforços teóricos.
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