0444/LE
CONFIANÇA NAS REVELAÇÕES
Não devemos simplesmente confiar nas revelações que nos trazem os
extáticos, mas, fazer uma correção naquilo que ouvimos em caráter de
revelação. Se tudo na Terra está sujeito ao erro, a razão nos diz para
observarmos com critério o que vem ao nosso encontro. A nossa própria
consciência tem a capacidade de discernimento bastante para selecionar o
que podemos guardar do que ouvimos ou lemos.
O extático pode enganar-se, porque ele fica mais livre no transe, e a sua
vontade prevalece em muitos aspectos. Por vezes, ele quer revelar coisas
que devem ficar em segredo e, assim, será escondida a verdade. Nesse
ínterim, os Espíritos malfazejos entram no espaço criado pela vaidade e
fazem revelações espetaculares, por não se importarem com as conseqüências
que advirão dos seus erros.
O médium deve conhecer as leis de Deus, orar, mas vigiar de forma a não
passar dos limites no tocante às revelações. É melhor falar de menos do
que pretender passar dos limites. A desmoralização de um extático vem pela
vaidade, mostrando o que não deve aos que brincam com os acontecimentos,
aos curiosos e especuladores dos segredos de Deus.
A parcimônia deve fazer parte da vida do sensitivo, que nunca deve desejar
auto-valorizar-se. Tudo pertence a Deus e a Ele cabe mostrar o que deve
ser revelado. Lembremo-nos que Jesus poderia falar muito mais do que disse
sobre o futuro da humanidade, mas, reservou tempo para que o homem pudesse
descobrir pelas próprias experimentações e pelo estudo dos efeitos que o
dia-a-dia dá testemunho.
A verdade é muito difícil de ser anunciada. Se bem podemos analisar,
observemos que, a quantas pessoas, vendo a verdade, lhes falta a
capacidade de descrevê-la, e se perdem no emaranhado dos acontecimentos.
Se ao apresentarmos os fatos verídicos, sentimos dificuldades em
contá-los, muito mais difícil é revelar os fatos por acontecer, vistos no
mundo espiritual em estado de transe; uma coisa pode parecer outra.
Quantos profetas existem fazendo revelações por toda parte?! Muitos e
muitos, mas, Jesus já advertiu sobre os falsos profetas. Ainda disse que é
necessário o escândalo, afirmando adiante que ai daquele que escandalizar.
Se tudo tem uma razão de ser, não devemos ficar ansiosos com os
acontecimentos, mas analisarmos todos os fatos e deles tirar o melhor para
a nossa paz. A confiança é uma ciência divina, porém, devemos aprender
como convém confiar. Os caminhos são diversos, entretanto, muitos deles
abrigam armadilhas onde os lobos fazem esconderijos.
Não devemos nos ofender com as mentiras que possamos escutar; elas, com o
tempo, poderão se transformar em verdade, e debatendo contra elas podemos
nos envolver nas suas ondas antes que elas mudem. Vejamos bem o carvão: é
um falso diamante, mas, o tempo lhe muda a estrutura, e no porvir, ele
pode brilhar como tal.
O extático que não se vigia, pode ser levado pelas suas próprias idéias e
misturar as belezas imortais com as escórias humanas. As faculdades são
simples, porém, vibrantes, e na sua sensibilidade podem tomar o caráter
humano e se apresentar a cegueira. O “daí de graça, pelo que de graça
recebeis, é ponto firme para a nossa segurança espiritual. A persistência
no bem é força valorosa, e a caridade nos garante as forças em todos os
caminhos a percorrer. Se desejamos saber o melhor, amemo-nos sempre, a
tudo e a todos, com a mesma paz que Jesus nos ensinou.
<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<