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O APARECIMENTO DA SEGUNDA VISTA
A segunda vista aparece, nas pessoas que têm o dom,
espontaneamente; ela desperta ou adormece, em uma freqüência bastante
acentuada, pelo fato de o dom não estar em pleno desenvolvimento
espiritual. Ela obedece, certamente, à vontade, força poderosa que pode
mover todas as faculdades espirituais, assim como os próprios destinos dos
homens, principalmente quando essa vontade se encontra obediente às
instruções do amor. É bom que se diga que a espontaneidade no afloramento
dos dons vem da consciência, pois, ela é programada por Deus para nos
atender nos momentos em que dela necessitamos para tais desempenhos.
A ciência vai procurar estudar o homem por dentro, visto que, por
enquanto, está observando o homem por fora. As atenções se encontram
voltadas para os efeitos, e não para as causas, onde se deveria empregar
mais a atenção. Mas, Jesus não está aflito por isso; se Ele nos guia desde
o princípio do mundo que lhe foi entregue, a razão nos diz que a Sua
paciência é elástica ao infinito. Ele é Mestre e sabe ensinar aos Seus
alunos com a maior precisão.
Não é somente a segunda vista que aparece no momento em que precisamos;
são todos os dons que possuímos. Eles, aflorados, são manejados pelo poder
interno na hora certa, mas, igualmente obedecem à vontade dos que possuem
seus valores. Não obstante, a vontade nem sempre traz à tona a faculdade
perfeita dos dons espirituais. Ela se amplia pela criatividade e pelo
interesse próprio; os aspectos inconvenientes não enganam no surgimento
espontâneo dos dons, ainda que haja uma mistura com os valores, por ser a
vontade livre nos corredores da intuição espiritual.
Vejamos como deve ser educada a mediunidade, bem como, igualmente, o
médium, para que a sua vontade não interfira nas suas revelações e nas
suas mensagens, das quais se servem os Espíritos para esclarecimento das
criaturas encarnadas.
Isso é muito sério; os canais mediúnicos devem estar livres, para não
serem comparados com os canos que servem à limpeza de uma cidade, mas,
sim, como condutor de água potável.
Jesus quis dar à samaritana outro tipo de água que ela não conhecia: a
água que a Doutrina Espírita está vertendo dos mananciais de Jesus para a
humanidade. Aproveitemos, pois, essa misericórdia, porque as oportunidades
passam e haveremos de esperar até surgir outra em nossos caminhos, o que
pode demorar. Se, quando o poço está pronto, a água aparece, vamos
preparar esse nosso poço, para que a água de luz possa surgir no sentido
de saciar nossa sede espiritual.
Que quem tiver alguns dons aflorados, procure não impor a vontade. A
razão, por ser de ordem humana, é falha. Ela é cheia de conveniências
pessoais. Deixemos a espontaneidade surgir pelo empuxo da consciência em
Cristo, e desta maneira a verdade vai nos tornar livres das ilusões e da
farsa. As faculdades espirituais que todos possuem não são máquinas
humanas; elas são vidas pela força de Deus, que intercambiam nossos
poderes que espiritualizam nossos sentimentos e nos fazem comungar com
Cristo interno, acionando o coração em estímulos santos.
É bom que compreendamos as necessidades de andarmos com Jesus como nosso
convidado especial, porque com Ele não erramos os caminhos para a
libertação. Procuremos desenvolver a nossa segunda vista. Isso é muito
nobre, no entanto, é de caráter divino saber o que faremos com ela
ampliada. Oremos e vigiemos em todas as nossas observações e trabalhos,
para não cairmos em novas tentações, no desperdício das forças que Deus
nos facultou para o nosso bem e nossa felicidade.
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