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EXERCÍCIOS
Tudo no mundo é condicionamento da vontade da alma. Tudo obedece à boa
vontade, que não deixa de ser exercício para uma determinação. O próprio
saber é um exercício no aprendizado todos os dias. O que se faz em uma
escola, a não ser exercitar o saber todos os dias? Eis porque chamamos de
condicionamento, que não deixa de ser, igualmente, o despertamento dos
valores da alma, que trazemos desde o nosso nascimento, pela vontade do
Criador. A dupla vista pode ser desenvolvida pelo exercício, desde, porém,
que ele obedeça a certas regras na comunhão com a vontade.
Todas as faculdades mediúnicas, para melhor se expressarem, carecem de
exercício permanente. Nesse avanço, elas se vão desabrochando e subindo na
escala dos dons. Podemos observar que a palavra é um dom. Se fechamos a
boca por algum tempo, deixando de usar o verbo, esse poderá ir-se
atrofiando, como outros músculos que garantem a existência. Assim os
ouvidos, assim todos os membros do corpo. Tudo foi feito para ser usado.
Se se construir uma casa, e depois de pronta, fechá-la, e se ninguém
usá-la para morar, depois de certo tempo ela irá se desmoronando. Essa é
uma lei do uso, que conserva tudo o que foi feito para ser usado.
O exercício é valioso em todas as circunstâncias, entrementes, necessário
se faz que saibamos exercitar e, muito mais, usar aquilo que é objeto do
exercício. Em tempos idos, havia escolas para desenvolvimento dos dons
espirituais, para previsão de fatos, para as pitonisas e outros, como há o
exercício para o político, para o direito, para a medicina e outras
atividades. O terapeuta que não exercita seu aprendizado na cura, vai até
se esquecendo dos valores que condicionou nas escolas.
Podemos aprender muito sobre o amor, esse é o nosso dever; no entanto, se
não exercitamos esse amor todos os dias, ele vai se atrofiando a ponto de
esconder-se nas dobras da consciência, e passará a dormir. O exercício
dessa virtude incomparável é a garantia da fonte divina em nossos
corações. Assim a caridade, assim o perdão, a paciência, de modo a
abranger todas as qualidades do Espírito.
Deus nos mostra essa lei, por ser a vida movimento constante. Devemos nos
movimentar a todos os momentos, em tudo o que for bom, agradável e
prestativo, que desta forma aparecerá a dilatação dos poderes da alma, que
acorda em todos os seus valores, e a felicidade ficará mais perto, como
aquisição de quem teve boa vontade de exercitar esses dons de ouro para a
paz de seu coração em Cristo.
A faculdade de dupla vista, tanto quanto as outras que conhecemos, têm
relação com o organismo humano, quando estamos na carne, em raízes
profundas. Certos organismos impedem a manifestação das faculdades, e essa
permanece dormindo. A mente ativa tem grande influência nos centros de
forças, donde vêm os estímulos para os exercícios das faculdades
mencionadas.
De todo trabalho resulta o progresso: do trabalho honesto resulta a
ascensão divina. Procuremos exercitar os nossos valores em aprendizado
justo que o tempo dar-nos-á o resultado das nossas atenções.
Lembrando de novo a mediunidade, insistimos que é necessária essa
faculdade, para que o médium seja, no amanhã, um médium de luz, por estar
com o Mestre dentro do coração, a lhe dar as diretrizes que levam ao amor.
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