FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IX

 

Questão 451 comentada

CAPÍTULO 43

0451/LE

HEREDITARIEDADE DA SEGUNDA VISTA

 

Em algumas famílias parece que a segunda vista é hereditária e, de certa forma o é, porque o corpo herda do corpo. Tendo a mediunidade bases físicas, algum traço do complexo fisiológico acresce um pouco na visão espiritual; no entanto, não fica somente na herança física, porque é o Espírito que vê.

A explicação pode assentar-se de modo diferente: é que alguns Espíritos que reencarnam em família têm compromissos em conjunto, e já vêm do plano espiritual com tarefas definidas e já têm os dons aflorados para os mesmos objetivos. Mas, pode acontecer o contrário: existir em uma família numerosa um somente que tenha dons mediúnicos desenvolvidos e os outros nada, até ignorando essa faculdade. Ninguém recebe de graça os valores da alma.

Observemos também o nível intelectual dos participantes de uma família. Nem sempre se equivalem, dependendo muito mais das qualidades do Espírito, do que mesmo do corpo e da posição social que desfrutam os Espíritos encarnados naquele grupo, porém, pode pesar mesmo na soma dos valores terrenos, facilitando as almas para essa ou aquela aquisição.

Tudo que existe no mundo é variável, mostrando a todos nós que somente o Espírito é dotado de qualidades vivas, dos dons espirituais; entrementes, a alma envolvida na carne pode fazer dessa alguma coisa no mundo das sensibilidades, onde o homem de amanhã penetrará pelo seu campo de estudos, em todas as direções daquilo que Deus criou, deduzindo-se daí, que todos os poderes vêm de Deus, assimilados por nós e por tudo que existe.

Se o corpo é um instrumento do Espírito, claro que esse instrumento deve ser dotado de certas facilidades para que o Espírito expresse seus dons e exercite as faculdades durante a sua existência na Terra, porque, em geral, a matéria é um impedimento na filtragem medianímica. Todas as coisas se comunicam entre si, porém, essa comunicação será mais ou menos impedida quanto mais se materializa a alma, quanto mais desce o Espírito, enfronhando-se nos liames da carne.

Notamos muitas famílias em que somente um dos membros possuí mediunidade em exercício, sendo que os outros, por vezes, trabalham para essa aquisição e nada conseguem. Já em outras, aparece espontaneamente essa faculdade. Nós já trazemos do mundo espiritual as nossas tarefas definidas, e em poucos casos elas são mudadas, conforme as necessidades e o merecimento de cada um.

Quantas criaturas recebem dos benfeitores espirituais o investimento em suas faculdades, na sua saúde ou em muitos transes da existência, para que possam produzir mais, para aproveitarem a oportunidade como Espíritos encarnados, que se encontram vencendo as dificuldades nos caminhos da ignorância!? Isso é uma glória para a alma, mas, também, muitos ficam nos caminhos quase a sós por não valorizarem a assistência espiritual que os bondosos amigos espirituais lhe oferecem. Esse tipo de Espírito caminha a passos lentos, com o poder de assimilação retardada.

A Doutrina dos Espíritos vem esclarecer a todos o modo pelo qual devem assegurar esses valores, compreendendo que em torno de si existem muitos Espíritos interessados em os ajudar. Se há muitos Espíritos brincalhões em seus passos, é por sintonia; a afinidade é uma lei. Verificando isso, devemos trabalhar com toda intensidade para desvincular os laços com esses Espíritos inferiores, de modo que seus caminhos fiquem livres das investidas das trevas. Não que devamos desistir de ajudar esses Espíritos, pois eles precisam de nós, entretanto, é necessário saber cooperar com eles, sem ligações pela lei dos semelhantes, para não se turvarem os nossos sentimentos.

 

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