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HEREDITARIEDADE DA SEGUNDA VISTA
Em algumas famílias parece que a segunda vista é hereditária e, de certa
forma o é, porque o corpo herda do corpo. Tendo a mediunidade bases
físicas, algum traço do complexo fisiológico acresce um pouco na visão
espiritual; no entanto, não fica somente na herança física, porque é o
Espírito que vê.
A explicação pode assentar-se de modo diferente: é que alguns Espíritos
que reencarnam em família têm compromissos em conjunto, e já vêm do
plano espiritual com tarefas definidas e já têm os dons aflorados
para os mesmos objetivos. Mas, pode acontecer o contrário: existir em uma
família numerosa um somente que tenha dons mediúnicos desenvolvidos e os
outros nada, até ignorando essa faculdade. Ninguém recebe de graça os
valores da alma.
Observemos também o nível intelectual dos participantes de uma família.
Nem sempre se equivalem, dependendo muito mais das qualidades do Espírito,
do que mesmo do corpo e da posição social que desfrutam os Espíritos
encarnados naquele grupo, porém, pode pesar mesmo na soma dos valores
terrenos, facilitando as almas para essa ou aquela aquisição.
Tudo que existe no mundo é variável, mostrando a todos nós que somente o
Espírito é dotado de qualidades vivas, dos dons espirituais; entrementes,
a alma envolvida na carne pode fazer dessa alguma coisa no mundo das
sensibilidades, onde o homem de amanhã penetrará pelo seu campo de
estudos, em todas as direções daquilo que Deus criou, deduzindo-se daí,
que todos os poderes vêm de Deus, assimilados por nós e por tudo que
existe.
Se o corpo é um instrumento do Espírito, claro que esse instrumento deve
ser dotado de certas facilidades para que o Espírito expresse seus dons e
exercite as faculdades durante a sua existência na Terra, porque, em
geral, a matéria é um impedimento na filtragem medianímica. Todas as
coisas se comunicam entre si, porém, essa comunicação será mais ou menos
impedida quanto mais se materializa a alma, quanto mais desce o Espírito,
enfronhando-se nos liames da carne.
Notamos muitas famílias em que somente um dos membros possuí mediunidade
em exercício, sendo que os outros, por vezes, trabalham para essa
aquisição e nada conseguem. Já em outras, aparece espontaneamente essa
faculdade. Nós já trazemos do mundo espiritual as nossas tarefas
definidas, e em poucos casos elas são mudadas, conforme as necessidades e
o merecimento de cada um.
Quantas criaturas recebem dos benfeitores espirituais o investimento em
suas faculdades, na sua saúde ou em muitos transes da existência, para que
possam produzir mais, para aproveitarem a oportunidade como Espíritos
encarnados, que se encontram vencendo as dificuldades nos caminhos da
ignorância!? Isso é uma glória para a alma, mas, também, muitos ficam nos
caminhos quase a sós por não valorizarem a assistência espiritual que os
bondosos amigos espirituais lhe oferecem. Esse tipo de Espírito caminha a
passos lentos, com o poder de assimilação retardada.
A Doutrina dos Espíritos vem esclarecer a todos o modo pelo qual devem
assegurar esses valores, compreendendo que em torno de si existem muitos
Espíritos interessados em os ajudar. Se há muitos Espíritos brincalhões em
seus passos, é por sintonia; a afinidade é uma lei. Verificando isso,
devemos trabalhar com toda intensidade para desvincular os laços com esses
Espíritos inferiores, de modo que seus caminhos fiquem livres das
investidas das trevas. Não que devamos desistir de ajudar esses Espíritos,
pois eles precisam de nós, entretanto, é necessário saber cooperar com
eles, sem ligações pela lei dos semelhantes, para não se turvarem os
nossos sentimentos.
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