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NOSSAS COMPANHIAS
Os Espíritos podem ver o que os encarnados fazem, se derem atenção aos
fatos. Há Espíritos indiferentes às ações dos homens, que procuram sempre
o que lhes satisfaça, no entanto, existem aqueles que se assemelham aos
próprios homens e que gostam de assistir aos malfeitos dos semelhantes e
propagá-los. Assim são os Espíritos deste mesmo naipe: observam os
encarnados e tomam o tempo necessário para anotações dos malfeitos dos que
eles cercam, alimentando seus interesses inferiores de maledicência. Mas,
há também os bons Espíritos que acompanham as criaturas, anotando a
caridade que essas fazem, e as estimulam para que continuem a fazê-la,
melhorando, assim, seu padrão espiritual.
A criatura está sempre rodeada de testemunhas espirituais. Os Espíritos
nobres que acompanham seus tutelados estimulam as reformas interiores,
inspiram-nos para a caridade e fazem com que eles lembrem dos grandes
vultos da humanidade, pelo seus exercícios de amor à grande causa da
verdade.
As classes dos Espíritos são numerosas, como certamente são as dos homens
que vivem sob o peso da carne. Cada criatura pertence a uma escala
espiritual de vida, e tem a educação compatível com o seu tamanho
espiritual. É neste sentido que a Doutrina Espírita convida todos os
encarnados para melhorarem seus sentimentos, no sentido de que as
companhias do mundo espiritual possam se modificar para melhor. Somente
somos atraídos para os nossos semelhantes, e somente atraímos o que
vibramos por dentro. Não podemos esconder o que somos. Os nossos
pensamentos falam em linguagem que os mais elevados escutam, e conhecem,
assim, nosso estado mental.
Também os Espíritos fora da carne têm suas companhias espirituais, que às
vezes não percebem. Eles participam dos nossos pensamentos na sutilidade
da vida, e sabem nos dar as respostas das nossas indagações. Se somos
inferiores, certamente que ficamos envolvidos em ondas de baixa vibração;
se superiores, somos defendidos pelas nossas atitudes no amor universal,
que alimentamos e desprendemos para todos os rumos da vida.
Quem deseja encobrir a verdade e esconder os seus fatos inferiores, está
enganando a si mesmo e, muito pior, querendo enganar Deus. Nada fica em
segredo com a natureza; tudo vem à tona, na expressão de luz, pelas leis
de Deus. Mesmo que conseguíssemos enganar os Espíritos que nos rodeiam,
não adiantaria, porque tudo o que fazemos ou pensamos é gravado pela
consciência, que depois o irradia em todas as direções do universo.
A Doutrina dos Espíritos tem a sabedoria que estende até onde se encontram
Espíritos de todos os tipos, de todas as classes a propagá-la. Quando
descobrimos essas verdades, passamos a melhorar a nós mesmos, sem cogitar
dos malfeitos alheios, e a vida passa a nos interessar onde a esperança
alimenta a alegria de viver. Com Jesus, nós começamos a nos interessar
somente pelo bem da humanidade, e, se nós somos parte dela, certamente que
esse bem nos atingirá.
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