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FLAGELOS DESTRUIDORES
Já falamos muitas vezes que a natureza responde, quando ferida pela
ignorância humana ou por interesses pessoais. Deus fere a humanidade de
vez em quando para despertá-la.
A iluminação espiritual, em certa faixa evolutiva, requer a violência de
que a história nos dá notícias. Podemos mencionar algumas, como Sodoma e
Gomorra, Herculano e Pompéia, Nagasaki e Hiroshima, não falando do dilúvio
parcial que houve há muitos milênios atrás. Muitas foram, ainda, as
guerras, pestes e fome que abalaram a humanidade. São meios usados para
acordar as almas que não desejam despertar para a luz de Deus. E, pelo que
notamos, por aí vêm mais flagelos, pois os seres humanos não esquecem a
cizânia entre as nações, que se estende cada vez mais por egoísmo e
orgulho. São povos que deverão ser abalados por convulsões para sacudir
seus alicerces, para fazê-los lembrar de Deus.
A destruição é, pois, uma necessidade para melhorar moralmente a
humanidade. Somente a dor, no estágio em que se encontram os povos, pode
abrir os olhos de todas as criaturas da Terra. Esses acontecimentos
bruscos parecem calamidades e muitos perguntam porque Deus permite isso,
mas, se esquecem de que são os próprios homens que pedem esses
acontecimentos pela sua conduta. As mentes vibram em faixas negativas,
pedindo acontecimentos da mesma ordem. Não são as mãos humanas que estão
fabricando bombas e enchendo paióis e mais paióis desses instrumentos de
matanças?
Muitos dizem que são poucos os que fazem parte dessa indústria da morte,
que eles é que deveriam sofrer as conseqüências, e não toda a humanidade.
Entretanto, falham no raciocínio, porque todos os pensamentos de vingança,
de ódio, de orgulho, de brutalidade ou similar se acoplam aos pensamentos
dos cientistas e guerreiros, dos mandatários dos países belicosos. Enfim,
pela lei de sintonia, todos são culpados pelos acontecimentos que vêm por
essas vias. Se Deus é justiça, ninguém recebe o que não merece.
Se queremos fugir à ação da lei, procuremos educar os nossos pensamentos
que, mesmo fazendo parte da humanidade, não sofreremos as correções que os
foras-da-lei deverão sofrer. Se já acordamos, não precisaremos mais de
quem nos desperte. Precisamos estudar, observando os frutos que resultam
do que chamamos de flagelos.
O barulho maior vem daqueles que perdem bens materiais nesses
acontecimentos. Depois de todas as catástrofes, vem a bonança, e o
progresso moral se evidencia em várias direções. Compete a todos os homens
trabalhar no íntimo d'alma, construindo o edifício moral, para que o amor
cresça nos pontos sensíveis do Espírito, ganhando alturas para sentir
Deus.
Se fôssemos esperar as pedras onde elas se encontram, para as benfeitorias
nas ruas e nas casas, ficaríamos sem esse conforto, porém, usando a
dinamite, pelos canais da inteligência, chega logo o progresso, de modo a
favorecer as criaturas. Benditos sejam os flagelos que vêm de Deus; eles
têm algo de amor, trazendo paz ao coração e despertando as boas qualidades
de todas as almas. Por isso, os hospitais, em muitos casos, ajudam mais as
almas para o progresso, do que os discursos que mostram preceitos de todas
as gamas, mas que quase sempre vêm pelos fios da teoria.
A Doutrina dos Espíritos, como sendo a volta de Jesus à Terra, nos mostra
os meios de melhorar para diminuir os flagelos, aumentando o amor, fazendo
crescer a concórdia e estendendo a fraternidade em todas as direções da
vida.
Os flagelos são esquemas de luz em benefício dos que dormem.
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