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ANTIPATIAS
O ser humano se engana constantemente, principalmente no tocante ao amor.
É preciso analisar mais a chamada sintonia que, no fundo, é o próprio
amor. Ele faz parte de uma escala imensurável; cada degrau corresponde a
um estado de alma, e a subida vai nos mostrando que ela é infinita,
assinalando as posições das criaturas e fazendo-as sentir a verdade na
seqüência da subida.
Ao se encontrar uma criatura, principalmente do sexo oposto, pode-se
sentir imediatamente uma grande afeição, que tanto pode ser pela presença
física, quanto pela espiritual. Compete a cada indivíduo ser cauteloso em
mostrar o que está pensando e sentindo naquele momento, para não cair em
contradições.
Certamente que em muitos casos, encontramos pessoas pela primeira vez e
sentimos antipatias por elas, no entanto, com o decorrer do tempo,
modificamos nossos sentimentos, passando a amar tais criaturas, bem como
se dá o contrário. A razão nos fala que tudo isso constitui processo de
despertamento espiritual, e que não vamos permanecer sentindo antipatia; o
nosso futuro é amar e nos confraternizar com todos os seres deste mundo em
que moramos temporariamente e dos outros, tanto quanto de todos os reinos
da natureza.
Devemos amar a Deus, como já falamos alhures, em todas as coisas, que
essas coisas respondem a esse amor em sua dimensão de vida. Não deves te
sentir culpado por teres antipatia por alguém; deves, sim, compreender
esse sinal como sendo um aviso do que ocorre por dentro da tua vida. O que
tens a fazer é buscar mudar na tua intimidade e esforçar-te para tal, que
a própria natureza te ajudará na superação dos obstáculos naturais. Esses
conflitos são normas de despertamento dos valores internos. Não deves
tampouco culpar as entidades mal informadas sobre a verdade. Elas estão
igualmente procurando, como todos nós, a verdade para se libertarem das
incompreensões.
Ao encontrares novos companheiros e a antipatia surgir, é um sinal pedindo
para parares e meditar, até que se abram em teu entendimento,vários
processos da vida para nos educar e instruir. O próprio amor à primeira
vista deve ser moderado. Em tudo, a posição de equilíbrio nos mostra
melhores resultados; todas as paixões ardentes vêm de fonte mal informada,
e todas as paixões desenfreadas nascem mais da matéria e pedem
modificações. O homem elevado é sereno em tudo o que faz e pensa; ele ama,
na mesma serenidade, a Deus em tudo.
Certamente que existem muitas modalidades de afeições, no entanto, tudo
vem do Espírito. Somente ele, na posição de encarnado, ama ou odeia.
Quando o Espírito se liberta do corpo na desencarnação, a matéria se funde
na própria matéria, desfazendo-se da forma. Os elementos buscam seus
iguais, fundindo-se e se transformando para a sua grandeza. Na própria
matéria existe "antipatia" dos elementos, que vibram em diferentes ordens.
Em muitos casos, que podem ser comprovados, muitos que amam e que se
diziam felizes em tais momentos, passam a odiar. Entrementes, com a
compreensão da vida, com o passar dos milênios, passam a amar novamente,
eternamente, pois esse é o caminho, a verdade e a vida para todas as
criaturas de Deus. O ódio é transitório; o amor é eterno, em tudo que
existe.
Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos.
(João, 5:3)
Na vibração do ódio somente existem cegos, coxos e paralíticos, mas, com
Jesus, em se referindo ao amor, à simpatia, todos se curam da cegueira,
das enfermidades e dos defeitos físicos, vivendo nas linhas da perfeita
harmonia de vida.
Podemos afirmar que todos os acontecimentos contraditórios que se passam
na vida da alma, são necessários para que ela chegue à região do amor,
passando a amar. Não podemos julgar a ninguém porque deixou de amar
determinada criatura de quem antes tanto gostava. As próprias ilusões são
lições, para nos mostrar o verdadeiro caminho. Todos passam por essas
diretrizes. Os Espíritos elevados sabem disso; por isso não julgam.
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